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Pesquisas Eleitorais

BRESSER PEREIRA FALA SOBRE O ÓDIO DAS ELITES


O economista e ex-ministro Luiz Carlos Bresser Pereira usou o seu Facebook (aqui) para diagnosticar, no seu ver, a distância voluntária e até mesmo a repulsa e o ódio que os ditos bem nascidos da elite brasileira têm contra os pobre do país. O texto de Bresser, intitulado Depois do Ódio foi postado na tarde do dia 27 de dezembro e até o momento já passa de 3 mil compartilhamentos, milhares de curtidas e tem centenas de comentários. Muitos internautas combinaram o texto com uma foto (que ilustra a matéria) que viralizou nas redes, onde sintetiza bem a exclusão que Bresser Pereira falou em seu artigo. Abaixo o texto do ex-ministro:

Em 2014, em artigo em Interesse Nacional, “O mal-estar entre nós”, escrevi, preocupado, que uma coisa que eu não havia visto anteriormente, o ódio, havia surgido entre as elites econômicas brasileiras. Poucos leram esse artigo, mas, em fevereiro do ano seguinte, em longa entrevista a Eleonora de Lucena na Folha de São Paulo, esta preocupação apareceu no título da matéria, e teve ampla repercussão.

Por que esse ódio? Afinal o governo de Lula nada teve de radical; definitivamente não prejudicou as elites econômicas brasileiras. No artigo de 2014 eu usei como explicação a observação de Claudio Gonçalves Couto sobre o “incômodo” dessas elites, inclusive a classe média tradicional, de encontrarem nos aeroportos e nos shopping centers representantes da classe C. Essa explicação tornou-se, depois, paradigmática, mas hoje quero oferecer uma explicação mais ampla para o ódio na política brasileira.

Jesse Souza está fazendo grande sociologia crítica, como há muito tempo não acontecia no Brasil. E sua crítica se estende aos intelectuais. Seu último livro, “A Elite do Atraso” precisa ser lido. É obra de um intelectual crítico, não de um intelectual-político; ele pensa de acordo com a ética da convicção, não a ética da responsabilidade. Por isso, não é possível deduzir políticas diretamente de sua crítica, que é radical, mas ela obriga a pensar.

Para Jessé, o que define o Brasil é a escravidão. É uma interpretação melhor do que a do “patrimonialismo”, que ele critica porque entende que esta é uma forma de empurrar a culpa do nosso atraso econômico e políticos para o Estado, seus políticos e seus burocratas, deixando a elite econômica esquecida, e do “populismo”, que seria uma forma demonstrar a incapacidade do povo de votar de maneira “certa”. A meu ver, faz pouco sentido explicar a corrupção hoje existente no Brasil com o patrimonialismo; essa corrupção é capitalista, deriva de ser o dinheiro ou o capital o valor maior nesse tipo de sociedade. Quanto ao populismo político – a relação direta do líder político com o povo sem a intermediação dos partidos e ideologias –, ele muitas vezes é a maneira de um povo, por séculos ignorados, atuar na política pela primeira vez.

A escravidão é ainda a marca maior da sociedade brasileira, porque ela durou tempo demais, e porque abrangeu uma grande parte da população, tornando o Brasil um país mestiço. Ao colocarmos a escravidão no centro da interpretação do Brasil, compreendemos porque, objetivamente, a sociedade brasileira é tão desigual, e, no plano subjetivo coletivo, porque o preconceito social e racial é tão grande nas nossas elites inclusive a classe média tradicional.

Conforme afirma Jessé, essa elite despreza povo, porque ela é branca e rica, e o povo é pobre e mestiço; porque ela vê esse povo como gente de segunda classe. Ela prefere se associar às elites dos países ricos, aos seus “iguais”, ao invés de se associar ao povo. Por isso ela rejeita o nacionalismo econômico, que implica uma solidariedade básica da classe capitalista com a classe trabalhadora em torno do interesse comum pelo mercado interno, e adota o liberalismo econômico como ideologia.

Estava essa elite posta em sossego até que, em 1986, o Brasil se tornou um país democrático, ao garantir o sufrágio universal. Os analfabetos passaram a ter direito a voto, associaram-se ao restante da maioria da população pobre, e se tornaram uma força política. Que escolheu Lula como seu líder.

Vem daí o ódio a Lula. De haver nascido deste povo, e não ter renunciado a ele. Ele poderia tê-lo feito; tantos políticos de esquerda se deixam cooptar. Lula fez acordos, mostrou que não podia governar sem algum apoio dessas elites, e fez o melhor dos seus esforços para chegar a um acordo com elas, mas continuou povo, e isto é indesculpável.

Estará o Brasil condenado ao ódio e ao desentendimento? Não creio, porque a elite brasileira não é um monólito. Ainda que uma minoria, há nela muitos nela que sabem que seu preconceito social e racial precisa ser superado, que o ódio é irracional e insustentável. Uma nação e uma democracia não podem existir sem política, e nela não há lugar para inimigos a serem excluídos, mas para adversários que se respeitam.

O ano que está para começar é ano de eleições presidenciais. É um momento no qual a política precisa estar viva, livre e atuante, com candidatos defendendo programas e idéias, não exercitando o ódio. Assim teremos um presidente eleito democraticamente, seja quem for ele, e o caminho possível, mas difícil, para o depois do ódio, para a pacificação dos espíritos, estará à nossa frente.


3 comentários:

  1. O tal de economista renomado avaliou muito mal a situação. O Governo Lula só lascou os pobres ainda mais. Ou Alguém é idiota de pensar que dar ao pobre um cartão de crédito com Juros de 400% ao ano é beneficiar os pobres? Se alguém pensar assim, retiro-me pensando que aqui só tem jumentos. Mas se não, continuo dizendo que Lula talvez pudesse receber a alcunha de pai dos pobres se tivesse aberto a economia do país para empresas estrangeiras, que fulminassem essas empresas porcas, careiras e incompetentes, da tal "Elite" de golpistas brasileiros. Mas o que foi que Lula fez? Deixem de ser burros e vão ver as maravilhas de o BNDES pegar dinheiro a juros de 15% no exterior, e emprestar a 5% aos mafiosos da Odebretch, JBS, Itaipava, Magazine Luiza, Caoa, Ricardo Eletro, etc... As chamadas Elites nunca amaram tanto um governo como o Petralha, nunca foram tão privilegiadas quanto no governo do "PUTÊ", mas não foram as elites produtivas e eficientes, mas sim as elites corruptas formadas por gente milionária que é capaz de dar um golpe num cafezinho. Inclusive o Lula e o PT no fim das contas, tornaram-se nessa "Elite de Trambiqueiros Golpistas".

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  2. 0s empresários,empreiteiros,banqueiros,industriais que tem seus milhões e bilhões fazem deles o que bem quer e deseja é um direito todos eles.

    0 que eu não sabia é que todos eles podiam doar milhões e bilhões a todos os partidos do Brasil uns mais outros menos.0 que eu não sabia era que as elites (deputados estaduais e federais) recebiam milhões e bilhões para gastar nas campanhas políticas ricas e milionárias e depois sem que eu soubesse eles após os resultados das eleições aumentariam os salários deles as alturas e o povo que os elegeu engoliam calados sem saber o porquê "LEGISLAR EM CAUSA PRÓPRIA".

    Foi assim em 2002 quando após as eleições votaram os salários deles para R$ 12.748,00 e o do Lula apenas R$ 11.420,00.

    Foi assim em 2006 quando o Lula foi reeleito.Após o resultado das eleições eles deputados federais aprovaram para eles R$ 16.509,12 e o Lula ficou congelado em R4 11.420,00.

    Foi assim em 2010 quando a Dilma foi eleita.Eles após o resultado das eleições legislando em causa própria aumentaram os salários deles para R$ 26.723,13.Tudo em nome de uma falsa isonomia salarial onde os 3 poderes executivo,legislativo e judiciário deveriam ganhar iguais,isto é,Presidente da República, Deputados Federais e Senadores com os Juízes.

    Foi assim em 2014 quando após o resultado das eleições legislando em causa própria eles elevaram os salários deles para R$ 33.763,00. A pedido a ex-presidente Dilma pediu que o dela fosse aprovado apenas R$ 30.934,70.Em 2015 ela mandou reduzir para R$ 27.841,23.

    Foi assim em 2016 quando os Deputados Federais aprovaram e quebraram a FALSA ISONOMIA SALARIAL aprovando os salários das ELITES os juízes para R$ 39.293,00.

    As elites do Brasil são os citados acima que tentaram derrubar o VETO da Dilma a PEC do Eduardo Cunha que legalizava todas as doações empresariais aos partidos e aos políticos. Conseguiram 220 votos dos Deputados Federais ,mas teriam que ter tido 275 votos.Por isso se reuniram e aplicaram o golpe parlamentar numa mulher honesta que governou reduzindo o salário dela o que nenhum político deste país teve a coragem de fazer. 0 Deputado Federal Paulo Salim Maluf na hora do voto disse,"Dilma, tu és uma mulher honesta".E o Eduardo Cunha disse,"o Brasil hoje livra de uma mulher corrupta e ladrona porque cometeu crime de responsabilidade".

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  3. Os artigos do ex-ministro Bresser Pereira são longos. Mas são todos coerentes.

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