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PORQUE DEFENDER CAETANO VELOSO

No Brasil medíocre e imbecilizante de governo ilegítimo, ignaros que não sabem o que fazem desrespeitam os cabelos brancos e atropelam a inteligência.

Caetano Veloso, 75 anos, genial criador de versos e canções, está sendo agredido por moleques fascistas e trogloditas que trafegam nus pelos vídeos e telas de cinema não transcendental.

Perseguido à época da ditadura pós 64, o cantor baiano passou uma temporada exilado em Londres, voltando ao Brasil quando os ares permitiram que se respirasse a inteligência.

Desde a década de 60, o compositor e artista inspirado já nos brindou com muitas pérolas, como Alegria, Alegria, Como Dois e Dois, Força Estranha, London London, Sampa (uma espécie de hino de São Paulo), Podres Poderes, Tigresa, Um Índio, Vaca Profana, Reconvexo, Oração ao Tempo, Terra, Leãozinho...

Fosse Caetano Veloso americano, como Bob Dylan, talvez fosse contemplado com o Prêmio Nobel de Literatura.

Aqui, recebe pedradas e ataques de alienados, histéricos direitistas e ignorantes sem a menor noção do que é poesia, criação artística e música de verdade.

Gente que só consegue alcançar Luan Santana, Zezé de Camargo, Michel Telô, Marília Mendonça, Paula Fernandes e talvez Roberto Carlos.

Para os analfabetos políticos e musicais Caetano é hermético e arrogante, Chico Buarque,  de tantas canções memoráveis,  é movido à Lei Roaunet (mas você sabe mesmo o que é isso e como funciona, cara pálida? Não vale só citar, repetindo o que viu, leu ou ouviu, tal qual um papagaio), Milton Nascimento canta em latim e Renato Russo foi apenas um sujeito promíscuo que morreu de AIDS.

Que país é esse, meu Deus?

É o meu país, ou o país dos Gilmar Mendes, Sérgio Moro, Dalton Dallognol, Renan Calheiros, Eduardo Cunha, Aécio Neves e Michel Temer?

O país da Globo, do pato da Fiesp, das panelas que pararam de bater, do MBL, dos moleques que atacam Caetano pelas redes sociais e têm espaço na mídia como se valessem ou representassem alguma coisa.

Gente é pra brilhar, não pra morrer de fome.

Alguma coisa acontece no meu coração
Que só quando cruza a Ipiranga e Av. São João
É que quando eu cheguei por aqui eu nada entendi
Da dura poesia concreta de tuas esquinas.

Um índio descerá de uma estrela colorida, brilhante
De uma estrela que virá numa velocidade estonteante
E pousará no coração do hemisfério sul.

Eu vi a mulher preparando.
Outra pessoa 
O tempo parou pra eu olhar 
Para aquela barriga 
A vida é amiga da arte 
É a parte que o sol me ensinou 
O sol que atravessa essa estrada 
Que nunca passou.

Enquanto os homens exercem seus podres poderes
Motos e fuscas avançam os sinais vermelhos
E perdem os verdes
Somos uns boçais.

Tudo vai mal, tudo
Tudo é igual
Quando eu canto
E sou mudo
Mas eu não minto
Não minto
Estou longe e perto
Sinto alegrias
Tristezas e brinco.


Tudo isso acima é Caetano, é coisa de gênio. Temos poucos, temos alguns, mas se não tivermos cuidados serão exterminados pelos dinossauros, pelos bêbados e equilibristas, pelos que hoje fazem e desfazem porque viraram os donos dos podres poderes.

É preciso defender Caetano Veloso, condenar a burrice e o atraso. É necessário defender a cultura, a criação artística, a liberdade de expressão.

Que não pode ser confundida com a nova inquisição, o atraso, a organização do mal disfarçado do bem, o direito de uns e a condenação de outros, o triunfo da elitização e a derrocada definitiva dos sem herança, sem terra, sem teto, sem alegria.

Caetano não é de direita nem esquerda, está acima das ideologias. Aliás, ele já bateu nos dois lados do espectro político. Já esteve equivocado muitas vezes (como todo mundo) e seu deu ao direito de ser "porra louca" em alguns momentos. 

Mas tem inteligência acima de média, pensa, e foi solidário ao povo em várias ocasiões.

Os de cabeça oca, porém,  acham que pensar é perigoso, consideram comunismo defender a igualdade (embora o comunismo clássico tenha entrado em colapso há muito tempo), avaliam como atitude petista toda atitude simpática aos oprimidos e excluídos da sociedade temerária.

Até Jesus Cristo, se voltasse hoje, condenando o egoísmo e a riqueza, multiplicando os pães para alimentar os que têm fome, perdoando prostitutas, expulsando os hipócritas dos templos, seria condenado por alguns juiz, a pedido do Ministério Público. 

Seria encarcerado, seria atacado nas redes sociais, e terminaria a vida numa cruz, criminalizado pela TV Globo e toda grande mídia, que como se sabe joga sujo para manter privilégios e desgraçar a vida dos que têm compaixão e lutam pela igualdade.

Caetano não é Cristo, é claro. Mas o Jesus biblíco  está representado em muitos rostos, se percebe sua presença em diversas mensagens e lutas, atitudes, gestos de solidariedade, embora os fariseus ainda vivam e estejam dispostos crucificá-lo outra vez.

*Foto: Foto: Blasting News

Um comentário:

  1. Reverência coerente ao genial Caetano Veloso. Sua obra artística se sobrepõe as suas posições políticas ou morais. E no tocante a arte, interessa a obra. É o que fica. A proibição judicial de sua apresentação aos sem teto, escancara o que sempre foi a prática da justiça patrimonialista do país; parcial e a serviço das elites.

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