CAETÉS COMEMOROU DIA DA CONSCIÊNCIA NEGRA

Por Junior Almeida

O dia da consciência negra é 20 de novembro, mas no município de Caetés já foi comemorado neste sábado (11) na Vila Atoleiro, comunidade quilombola distante seis quilômetros da sede. Com total apoio da Prefeitura Municipal o dia foi de festa na povoação que data seu início em 1904. Moradores locais e visitantes puderam assistir apresentações de samba de coco mirim e adulto, banda de pífanos local, capoeira, grupos de dança e o grupo vindo da Comunidade Quilombola Estrela, de Garanhuns, o “Afro Estrela”, que se apresentou com seu afoxé.

Secretários municipais e outros assessores acompanharam o prefeito Armando Duarte à comunidade. O gestor usou da palavra, e disse que em Atoleiro se sentia em casa, de tão bem acolhido que era sempre que ia àquela comunidade. A boa recepção dos moradores locais com o prefeito não é por acaso. Desde que assumiu os destinos de Caetés em 2013, Armando além de ter contribuído decisivamente na recuperação dos grupos culturais locais, já levou obras físicas para Atoleiro nunca antes imaginadas pelos quilombolas.

ÁGUA DE GRAÇA

Ao microfone Armando prestou conta ao povo. Falou do moderno posto de saúde de Atoleiro, que está sendo construído, e que quando estiver pronto vai beneficiar moradores de toda região, lembrou também das 26 casas populares da vila, conseguidas por sua gestão, ressaltou que as residências locais agora dispõem de água encanada vinda de um poço com ótima vazão, perfurado pela prefeitura e que o melhor de tudo é que essa água chega de graça para toda população.

CRIAÇÃO DE PEIXES

Segundo Armando Duarte, a água do poço de Atoleiro é tanta, que a prefeitura vai construir três grandes tanques e adquirir um dessalinizador que vai ajudar a melhorar a qualidade da água, para investir na criação de peixes. Estudos realizados por especialistas dizem que a cada três meses, os futuros piscicultores de Atoleiro vão produzir duas toneladas de peixes, o que vai gerar renda para toda comunidade.

Armando, em tom de desabafo, falou que “quem precisasse de qualquer coisa dele, podia o procurar na prefeitura ou em sua casa, que fica em Caetés”. Disse ainda que “não estava no cargo para dar dinheiro ao povo, e sim seu trabalho, como o que vem fazendo desde que assumiu a prefeitura”. O gestor lembrou que “gestões anteriores costumavam mandar envelopes com dinheiro para alguns privilegiados, que esses recebiam uma espécie de mesada mesmo sem trabalhar, e que essa prática só beneficiava meia dúzia de pessoas”.

FORA TEMER

Um fato curioso na festa do Atoleiro, foi que quase todo mundo que usou da palavra, fez questão de lembrar dos retrocessos que vêm atingindo o Brasil depois que Temer, presidente rejeitado por 97% da população brasileira, tomou o poder através de um golpe. Além dos oradores falarem dos cortes de investimentos na área social, do aumento do gás de cozinha, gasolina e a baixa do salário mínimo, além das perdas dos direitos dos trabalhadores, algumas adolescentes fizeram uma performance elevando a bandeira brasileira e deixando uma com o nome de Temer no chão, para ser pisada por todos.

Simbolicamente a apresentação colocou o Brasil no alto, e o presidente golpista no lugar merecido, que é a sarjeta, o chão. Explicou uma das moças.

Fotos: 1- Prefeito Armando Duarte, assessores e líderes locais; 2- Samba de Coco Santa Luzia, de Atoleiro; 3- Grupo Afro Estrela, de Garanhuns.