Diante do
crescimento da violência em municípios do Agreste Meridional, verificado no
período das comemorações do São João, o deputado Álvaro Porto (PSD) voltou a
ocupar a tribuna da Assembleia Legislativa para cobrar ação do governo Paulo
Câmara. "A população, que continua refém da bandidagem, nos cobra; o nosso
mandato denuncia, fiscaliza e pressiona, mas o governo não consegue comprar nem
mesmo capacete, luva, joelheira e cotoveleira para quem vai para a rua defender
a população", disse, se referindo ao auxílio financeiro pedido pelo 9º
Batalhão de Polícia Militar, em Garanhuns, à Câmara de Dirigentes Lojistas
daquele município para a compra de 24 equipamentos de proteção individual para
policiais da Rocam.
Segundo o
deputado, o registro de homicídios e assaltos em série nas últimas semanas
deixou a população de Canhotinho, no Agreste Meridional, em pânico. Foram cinco
assaltos apenas na última terça-feira (27.06). "Isso aumenta a revolta dos
cidadãos com uma gestão que não consegue reprimir a violência. Temos uma cidade
com uma área maior do que o Recife coberta por apenas três policiais”, declarou
em discurso, nestas semana.
Em dois
anos e meio de mandato, o deputado proferiu 12 discurso sobre falhas na
política segurança, com ênfase para os crimes no Agreste. "Temos batido
nessa tecla e vamos continuar a bater. O governo faz trocas de comando, anuncia
inovações, ocupa a TV com propaganda, mas não é efetivo no que interessa: não
consegue o êxito esperado no combate à criminalidade. Enquanto o governador não
assume o papel que tem de assumir de nada adiantam comerciais mirabolantes e
discursos inflamados. Teoria não mete medo em bandido e policial não opera
milagre", atacou.
Curiosamente,
no momento em que Porto discursava, o secretário de Defesa Social, Ângelo
Gioia, deixava o cargo, oito meses depois de empossado. É o segundo que passa
pela pasta no governo Paulo Câmara. De acordo com o deputado, ao mesmo tempo em
que cresce o terror, aumenta a revolta dos cidadãos por verem que o governo,
mesmo mudando peças, não consegue reprimir a criminalidade.
Álvaro
destacou que o Agreste Meridional tem sofrido com as limitações e o descaso do
governo. "Ainda em 2015, promovemos audiência pública em Canhotinho para
debater a violência no Agreste e buscar soluções de forma conjunta. Na ocasião,
reunimos cerca de 1,5 mil pessoas. Cinco prefeitos, vereadores e inúmeros
representantes da sociedade civil compareceram, mas o governo, embora
convidado, não se preocupou em enviar um único representante. Quer dizer,
faltou com o respeito com o povo e com lideranças da região", disse.
Logo em
seguida, frisou o deputado, o então secretário de Defesa Social, Alessandro
Carvalho, recebeu relatório do que foi discutido em Canhotinho. "Mas, mais
uma vez, o governo ignorou o que os moradores do Agreste debateram e
reivindicaram", salientou.
No
discurso, Álvaro Porto, voltou a afirmar que, enquanto a violência não dá
trégua, o governo permanece perdido e sem conseguir cumprir o que se espera
dele. "Pelo contrário. O socorro financeiro que o 9º Batalhão de Polícia
pediu à CDL atesta a precariedade da estrutura da PM no Agreste. "É muito
simbólico o governo posar de eficiente na TV, mas não dispor de R$ 12,8 mil
para equipar policiais que atuam de moto em Garanhuns, onde a defasagem de
homens supera casa dos 250. Os fatos falam por si só e jogam por terra qualquer
propaganda", arrematou.
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