A deputada estadual Priscila Krause (DEM)
questionou, na tribuna da Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe), na
tarde desta segunda-feira (24), o fato de o Poder Executivo estadual suprimir,
desde janeiro deste ano, uma seção de detalhamento de gastos públicos que
informava ao cidadão dados a respeito de despesas de suas unidades
orçamentárias. Em vez de descrever o detalhamento da ordem bancária, como fazia
nos anos anteriores, o Portal da Transparência incluiu um hashtag no lugar. “Em
vez de detalhar os gastos, como deveria, o governo agora incluiu um jogo da
velha, para os mais novos, hashtag. Hahstag quem quiser que se vire pra
descobrir”, informou.
Ao anunciar que protocola ainda hoje um pedido de
informações ao governador Paulo Câmara (PSB) para justificar a nova orientação,
Priscila lamentou que os dez anos da Secretaria da Controladoria Geral do
Estado, comemorados neste ano de 2017, aconteçam nesse clima de supressão de
informações e censura. “Nós temos uma Controladoria competente, de técnicos
qualificados e comprometidos com o Estado. Não é possível que uma orientação
política determine a supressão de informações tão caras ao público e termine
por atrapalhar um trabalho tão importante”, acrescentou.
Entre os exemplos de informações que não estão mais
publicadas – incluídas na seção “detalhamento da ordem bancária”, Priscila
citou a descrição exata de qual obra está sendo beneficiada com os recursos do
FEM, a justificativa da cessão de diária civil aos servidores (viagem, data,
evento), dados relativos aos boletins de medição no caso de obras, o
detalhamento referente ao aluguel de veículos (local, data) e o mês do boleto
das faturas pagas de prestação de serviços (Compesa, Celpe).
Ao questionar a supressão dos dados, Priscila
lembrou que o governo segue no sentido de reportar ao público apenas as
informações que lhe interessam, lembrando que há duas semanas um ofício da
Polícia Militar no Interior orientou os batalhões a só repassarem “informações
positivas”. “Censura não vai passar despercebida. É preciso que se saiba que
popularidade se ganha e se perde, agora credibilidade é uma coisa muito mais
séria”, refletiu.
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