Quem pega a estrada de
Garanhuns a Caruaru se depara com a terra esturricada, o cinza tomando conta de
tudo, barreiros e barragens vazios, uma visão que deixa qualquer pessoa triste
e desanimado.
Se o percurso for da Suíça
Pernambucana até Arcoverde, os sinais da seca são mais visíveis ainda. Entre a
Vila de Zé de Sinhozinho e Capoeiras, por exemplo, nas terras que já foram de
Natércio Melo, uma área de várzea que sempre se manteve verde hoje está igual a
qualquer lugar desse agreste, uma paisagem que lembra a descrita em romances
como O Quinze (Raquel de Queiroz) e Vidas Secas (Graciliano Ramos).
Faz mais de meia década que
não chove bem na região e o resultado é este: muita desolação, a água
escasseando, cidades dependendo de carros pipa e criadores sem alternativa para
manter o rebanho bovino.
Os versos do poeta cearense
Patativa de Assaré, musicados por Luiz Gonzaga, 40 ou 50 anos depois parecem
que foram criados de ontem para hoje:
Setembro passou, com oitubro
e novembro
Já tamo em dezembro.
Meu Deus, que é de nós?
Assim fala o pobre do seco Nordeste,
Com medo da peste,
Da fome feroz.
A treze do mês ele fez a experiença,
Perdeu sua crença
Nas pedra de sá.
Mas nôta experiença com gosto se agarra,
Pensando na barra
Do alegre Natá.
Rompeu-se o Natá, porém barra não veio,
O só, bem vermeio,
Nasceu munto além.
Na copa da mata, buzina a cigarra,
Ninguém vê a barra,
Pois barra não tem.
Sem chuva na terra descamba janêro,
Depois, feverêro,
E o mêrmo verão
Entonce o rocêro, pensando consigo,
Diz: isso é castigo!
Não chove mais não!
Apela pra maço, que é o mês preferido
Do Santo querido,
Senhô São José.
Mas nada de chuva! tá tudo sem jeito,
Lhe foge do peito
O resto da fé...
Já tamo em dezembro.
Meu Deus, que é de nós?
Assim fala o pobre do seco Nordeste,
Com medo da peste,
Da fome feroz.
A treze do mês ele fez a experiença,
Perdeu sua crença
Nas pedra de sá.
Mas nôta experiença com gosto se agarra,
Pensando na barra
Do alegre Natá.
Rompeu-se o Natá, porém barra não veio,
O só, bem vermeio,
Nasceu munto além.
Na copa da mata, buzina a cigarra,
Ninguém vê a barra,
Pois barra não tem.
Sem chuva na terra descamba janêro,
Depois, feverêro,
E o mêrmo verão
Entonce o rocêro, pensando consigo,
Diz: isso é castigo!
Não chove mais não!
Apela pra maço, que é o mês preferido
Do Santo querido,
Senhô São José.
Mas nada de chuva! tá tudo sem jeito,
Lhe foge do peito
O resto da fé...
Eu era menino quando ouvia pelas rádios principalmente a rádio difusora de Garanhuns a pioneira se tocar a canção dos nordestinos cantado pelo querido e inesquecível Luiz Gonzaga. Hoje eu vejo duas obras projetadas por dois nordestinos corajosos,Lula e Eduardo.Quem quiser pode odiá-los,taxá-los disso e daquilo,mas foram eles dois que peitaram as duas maiores obras hídricas do Brasil.Os sulistas nunca quiseram topar o início dessas duas obras seculares e que irá resolver parcialmente o problema das secas do Nordeste seco e semiárido.Todos os prefeitos estão com as cuias nas mãos pedindo a Deus por água para o seu povo.Governar é ter visão do mundo e sentimento dos dias vividos na infância quando de Garanhuns/Caetés partiu no pau de arara para não morrer de fome e da peste,Luiz Inácio Lula da Silva com D. Lindu,uma mulher guerreira e honesta.
ResponderExcluirSEGUNDO FALOU O SEBOSO DE CAETÉS, DONA LINDU ALÉM DE SER UMA MULHER GUERREIRA E HONESTA, ELA TAMBÉM NASCEU ANALFABETA...
ResponderExcluirEm 2002 na véspera da eleição para presidente do Brasil um castrador de cachorro chegou a dizer a todos que estavam presente na minha casa que o "Lula é de uma mudiça de Caetés.O cara é tão ruim que a mãe dela vive passando fome em Caetés e ele não manda nada para ela". Fiquei horrorizado com as palavras dele.À noite quando eu assisti o fantástico o delegado que prendeu Lula deu um depoimento dizendo que teria levado o Lula em 1980 para acompanhar o sepultamento da mãe e por pouco não foi lixado pela multidão que queria soltar o Lula". Hoje tem gente que mora no Nordeste e não se orgulha do nosso filho ilustre que daqui saiu e peitou,teve a coragem,não foi um covarde e topou em iniciar a obra do final do século vinte e será inaugurada no século vinte um.Esta TRANSPOSIÇÃO DO RIO SÃO FRANCISCO vem sendo projetada há 150 anos atrás,isto é, desde a metade do século dezenove.Caetés,hoje,vive na seca igualzinha a seca quando o Lula tinha apenas uns 7 a 9 anos de idade,isto é, há 61 anos atrás.Cadê os intelectuais do Brasil que nunca pensaram no Nordeste? Por que nunca trouxeram uma Refinaria de Petróleo para Pernambuco? Por que nunca quiseram iniciar essa obra secular?
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