CULTURA E HISTÓRIA - Fernanda Montenegro há décadas é considerada a
melhor atriz do Brasil. Uma espécie de rainha, com trabalhos relevantes no
teatro, cinema e televisão.
Mas a nossa diva nos palcos está com mais de 80 anos
e embora continue atuante e soberana, há de se pensar em quem vai suceder sua
majestade quando ela se aposentar.
Um bom palpite é Glória Pires, natural do Rio de
Janeiro e que como a outra há décadas vem encantando os brasileiros e alguns
estrangeiros (já que alguns trabalhos seus extrapolaram fronteiras) com
interpretações marcantes em filmes, novelas e peças teatrais.
Glória já provou seu talento em novelas como Vale
Tudo, O Rei do Gado, Guerra dos Sexos e Anjo Mau.
Brilhou mais ainda no cinema com suas participações
de destaque em A Partilha, O Quatrilho, Flores Raras, Lula – O Filho do Brasil
e Se Eu Fosse Você, este último uma comédia em que contracena com Tony Ramos e
devido ao sucesso que fez teve uma sequência.
O filme, contudo, que a meu ver consagra de vez a
competência da artista é “Nise – No Coração da Loucura”, lançado no país em
2015, com direção de Roberto Berliner.
É uma das melhores produções nacionais das últimas
décadas, contando a história incrível de Nise da Silveira, uma médica
psiquiatra que já nos anos 40 lutava para humanizar o tratamento dado aos
doentes mentais.
Mulher determinada, se posicionou de forma radical
contra os tratamentos psiquiátricos adotados na época (e ainda hoje em alguns
locais), não aceitando os eletrochoques, a lobotomia (intervenção cirúrgica no cérebro)
e a insinuloterapia.
No filme encontramos uma Glória Pires envelhecida de
propósito, fazendo com perfeição o papel da médica.
A psiquiatra fez uma revolução no Hospital Dom Pedro
II, no Rio de Janeiro, substituindo os métodos violentos de tratar com os
loucos pela atenção, o amor e a ocupação dos pacientes com trabalhos
artísticos, especialmente a pintura e a escultura.
O retorno foi além do esperado, muitos dos internos
se revelaram verdadeiros artistas e seus trabalhos foram expostos em galerias
importantes e ainda hoje fazem parte do acervo de museus do Rio de Janeiro.
O trabalho de Nise da Silveira, criticado pelos
colegas médicos que defendiam a violência no tratamento da loucura, foi
reconhecido por Carl Jung, talvez o psiquiatra mais renomado do mundo depois de
Freud.
“Nise – O Coração da Loucura” é um filme ótimo, bem
acima da média do que se tem feito no Brasil nos últimos tempos.
Embora seja bem dirigido, tenha um bom roteiro e o
elenco como um todo seja merecedor de aplausos, não podemos deixar de
reconhecer que o brilho maior do longa está na atuação impecável de Glória
Pires, talvez hoje a melhor atriz do país depois de Fernanda Montenegro.
"...MUITO TOCANTE, TRISTE NÉ? MUITO TRISTE, MAS ASSIM, IMPORTANTE NÉ TAMBÉM?..."
ResponderExcluirESPERO QUE ELA TRABALHE TÃO BEM QUANTO NA APRESENTAÇÃO DO OSCAR KKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKK PARA MATAR DE RIR....