Por Michel Zaidan Filho*
Ouvi, certa vez, da
boca de um alto empresário dos “serviços educacionais” em Pernambuco, que gosta
de aparecer nas revistas e impressos como o mais novo bilionário brasileiro,
que a Constituição Federal de 1988 dispunha sobre a chamada “tutela jurídica”
de bens de interesse público, como educação, saúde, segurança pública etc.,
apesar do Estado não assegurar na prática a efetividade real de tal comando
constitucional.
Nunca esqueci essa
conversa. E essa lembrança me veio à mente por ocasião da nomeação de um
obscuro deputado do DEM para “ocupar” – ainda que interinamente – o Ministério
da Educação e Cultura (MEC). As palavras daquele empresário eram, na verdade,
um aviso do que estava por vir: ao invés de avançarmos no Brasil com a execução
cabal e definitiva da exigência constitucional do financiamento público e
estável da educação, ocorreu exatamente o contrário – os grandes grupos
privados do mercado de bens educacionais só prosperaram no país, amparados m
parcerias com investidores internacionais e no bom e velho fundo público nacional
(BNDES). Agora – no limiar da monopolização desse rendoso mercado (com a
possível compra do Mackenzie e da Estácio pelo mesmo grupo empresarial) -
busca-se interferir – pasmem – na própria elaboração das diretrizes para a
Educação Pública no Brasil, através de prepostos e paus mandados.
Se não fosse assim,
como entender as recentes medidas tomadas pelo “ocupante interino” da Educação?
– o desmonte do sistema público da Pós-graduação (CAPES), com a limitação
neo-taylorista do financiamento público dos Mestrados e Doutorados (a fixação
do número de bolsas); a autorização para cobrança de mensalidades escolares nas
Universidades Públicas: o esvaziamento do Fórum Nacional da Educação Pública,
com a demissão de vários de seus conselheiros; o acolhimento imediato de
sugestões fascistas – de um ator pornô e defensor do estupro – destinado a
banir do ensino público questões da contemporaneidade, como gênero, orientação
sexual, sexualidade feminina e outros. A isso, some-se a extinção do Ministério
da Ciência e Tecnologia.
Aliás, medidas que se
afinam perfeitamente com a interinidade e ilegitimidade do atual “ocupante” da
própria cadeira presidencial, que denunciam o perfil de todo o ministério de
“ocupação”: nepotismo, patrimonialismo, ofensiva contra os direitos e garantias
individuais, redução da verba destinada à educação e a saúde, habitação
popular, à cultura e às políticas de transferência de renda para os mais
pobres...Enquanto a banca, a plutocracia economia, os especuladores de títulos
da dívida pública, os rentistas e agronegociantes vão se dando bem.
Nunca se viu com tanta
clareza a natureza das manobras conspiratórias e golpistas que afastaram –
temporariamente – a Presidente Dilma Rousseff da cadeira presidencial. Acordo –
como já fartamente denunciado – precário, ilegal, ilegítimo, de curta duração,
apoiado no preconceito e na revolta da classe média, na grande mídia golpista,
na indecisão de certos senadores e no conjunto de interesses subpartidários,
subrepublicanos que se lançaram sobre o aparelho de Estado e a administração
pública, sem pudor, sem pejo, sem escrúpulos, numa voracidade inaudita, típica
de aves de rapina, e na consciência (?) da interinidade.
Se a Presidente Dilma
voltar ao seu legítimo e merecido cargo, será urgente e inadiável uma imensa faxina dessa súcia de aventureiros
de todo espécie, e a punição exemplar de todos aqueles que tenham se
locupletado dos cargos públicos, neste breve estágio de lesa-pátria e lesa-sociedade
que experimentaram.
*Michel Zaidan é natural de Garanhuns, professor da Universidade Federal de Pernambuco e cientista político.
AH SE FOSSE VERDADE E NÃO ALARMISMO HISTÉRICO TÍPICO DE ESQUERDOPATAS.
ResponderExcluirESSA EDUCAÇÃO PATÉTICA TEM QUE SER DESMONTADA MESMO!!!
Se NÃO me engano, o empresário dos “serviços educacionais”, em Pernambuco; e que gosta de aparecer nas revistas e outros impressos, como o mais novo bilionário brasileiro; e que se autodenomina "educador", CHAMA-SE Janguiê Diniz !!! - E creio que NÃO me enganei !!! /.
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