Magno Martins é um jornalista conhecido e
bem sucedido, pelo seu trabalho em jornais, em rádio e principalmente no blog,
um dos mais lidos em Pernambuco e no País. “Escravo da notícia”, como costuma
dizer, ele também escravizou milhões de pernambucanos que diariamente procuram
se informar através do seu texto objetivo, espalhado pelo mundo pela força da internet.
O Blog do Magno se transformou numa
verdadeira Empresa, obrigou o jornalista a formar uma equipe, de modo que ele
possa competir com os principais veículos de comunicação do Estado, como o
Sistema Jornal do Commercio, o velho Diario de Pernambuco, as rádios da capital
e interior e a poderosa Globo Nordeste.
Magno, independente de ideologias ou
preferências políticas, de seu estilo impetuoso e de suas bordoadas em prefeitos,
vereadores, deputados, governadores e presidentes da República - que devem ter
atraído alguns desafetos - é um vencedor.
É o cara que veio de um município de porte
médio do Sertão de Pernambuco e apesar da baixa estatura se tornou um gigante
na capital. É temido, respeitado e vive exclusivamente do jornalismo e do seu
tino empresarial.
Mas por trás do Magno Martins repórter, “escravo
da notícia”, se esconde um homem com alma de poeta, um escritor de talento e
sensibilidade, um bom cronista, com os olhos
voltados para as pessoas, as terras do Pajeú, o amor, a natureza, a saudade e a
família.
Para conhecer esse Magno mais sensível,
amoroso, é preciso ler “Perto do Coração”, o livro de crônicas que ele lançou
este ano nas principais cidades de Pernambuco e também na nossa querida Caetés,
ex-distrito de Garanhuns, hoje bem cuidada pelo prefeito Armando Duarte.
Ao deixar um pouco o lado de jornalista e
assumir mais a face de cronista e escritor, o conhecido blogueiro como que
carrega uma valise cheia de livros de autores indispensáveis no Brasil e em
qualquer outro país: Rubem Alves, Machado de Assis, Guimarães Rosa, Fernando
Pessoa, Cecília Meirelles, Maciel Melo, Patativa do Assaré, Luiz Gonzaga e
Carlos Drummond de Andrade, dentre outros poetas e autores que descreveram
também os sentimentos humanos e cantaram o Sertão.
Magno faz questão de se repetir contando
histórias de Gastão Cerquinha, atualmente com mais de 90 anos de idade. Fica claro que o jornalista herdou o gosto
pela arte de escrever com seu “velho pai”, autor de três volumes contando a
história de Afogados da Ingazeira, a cidade mais importante do Sertão do Pajeú.
O repórter na pele do cronista demonstra
também o seu amor pela mãe, Margarida, uma mulher de personalidade forte, que
partiu não faz muito tempo, quando tinha 87 anos de idade. Magno lembra-se dela
com uma saudade que machuca e dói, mas ela continua viva em suas lembranças e
nas páginas do poético “Perto do Coração”.
Afogados da Ingazeira, Iguaracy, Triunfo,
Tabira e outras cidades do Pajeú estão presentes no livro de Magno Martins da
mesma maneira que os personagens marcantes do Sertão pernambucano, como o bispo
Dom Francisco Austregésilo, a cantora Maria da Paz e até os doidos dos
municípios do Pajeú.
Mesmo impregnado pelo Sertão, porém, o
escritor dedicou uma crônica a Garanhuns, registrando que Dona Margarida morou
parte da infância e da adolescência na Suíça Pernambucana, “vinda com seus
pais, tangidos pela seca”.
Enfim “Perto Coração” humaniza o jornalista,
o faz ficar bem próximo da gente, principalmente quando lembra fatos que
qualquer pessoa do interior viveu: a luz de motor, a conversa na calçada, o
amor proibido (como o dele e Aline), o dia de feira na cidadezinha, acordar com
a passarada e ouvir Silvinho ou Nélson Gonçalves no rádio ou serviço de som.
Pode parecer provinciano ou antigo, ler
crônicas em que o autor cita tanto os pais, os irmãos, registra o nascimento de
um filho, lembra de outros “rebentos”, que estão distantes... Acho, no entanto,
que Magno ao se revelar tão família fez muito bem.
Revela realmente quem ele é. Um homem que
gosta de viver, que valoriza as coisas simples e que não tem nada do “Maligno”
criado em tom de brincadeira pelo ex-governador Eduardo Campos ao se referir ao
colunista político.
Rubens Alves, um dos autores mais citados
por Magno no seu livro, disse que escrever e ler são formas de fazer amor.
Foi assim que entendi “Perto do Coração”.
Magno Martins escreveu suas crônicas e as
reuniu no seu belo livro como um ato de amor. Depois deu de presente ao povo
sertanejo, ao povo pernambucano, ao povo brasileiro. Que às vezes precisa se distanciar
um pouquinho da política, da crise econômica, dos problemas do dia a dia e
viver o amor, estar "mais perto do coração".
Outro ensinamento do livro está numa frase
de Gastão Cerquinha, o pai do jornalista: “O que a vida quer da gente é coragem”.
“Perto do Coração” também é um livro em que
o autor teve a ousadia e a coragem de se mostrar romântico, poético, apaixonado
pela natureza e preso às suas raízes, além de se revelar um homem de fé, que lê e
cita a Bíblia, convencido de que tudo vem de Deus.
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