Do jornalista Josias de Souza:
O asfalto ferveu neste
domingo. A ebulição fez lembrar junho de 2013. Com uma diferença: o
inconformismo não é mais difuso. Dessa vez, quem está na alça de mira é Dilma
Rousseff. Se tivesse sobrado algum bom-senso à presidente, ela se armaria
rapidamente de humildade. Mas a ficha de Dilma .—pasmo (!), surpresa (!!),
estupefação (!!!)— ainda não caiu.
Coube aos ministros José Eduardo Cardozo (Justiça) e Miguel
Rossetto (Secretaria-Geral da Presidência) expressar as opiniões de Dilma. Em
essência, os ministros informaram que a presidente não cogita alterar o rumo de
sua gestão. Ela tampouco considera a hipótese de entregar à plateia uma
autocrítica.
Durante
a entrevista, o ministro Cardozo chegou
mesmo a tropeçar no óbvio. Disse discordar da tese de que o ronco das praças
revela a debilidade do governo. “Não considero que nosso governo esteja
fragilizado”, ele enfatizou. Transmitido ao vivo, o lero-lero dos ministros foi
recepcionado com um novo e constrangedor panelaço.
A grande novidade anunciada pelo governo é uma inutilidade
prometida por Dilma na campanha presidencial: um pacote de projetos de lei
anticorrupção. De resto, os ministros reafirmaram o teor do último
pronunciamento de Dilma —aquele discurso aguado que despertara a ira das
panelas no domingo passado.
O governo continua se achando ótimo. A crise econômica vem de
fora. O arrocho fiscal é necessário e trará o crescimento de volta já no
segundo semestre de 2015. Dilma não tolera a corrupção. E a Petrobras só está
sendo varejada porque Lula e Dilma viraram a página daquele Brasil tucano que
engavetava investigações. De resto, a solução definitiva só virá depois que for
aprovada uma reforma política que acabe com o financiamento privado das
campanhas.
Munidos de todas as informações, os ministros que Dilma enviou à
boca do palco tiraram suas próprias confusões. Cardozo declarou que Dilma
governa para “200 milhões de brasileiros” e deseja dialogar com todos.
Para Rossetto, os brasileiros que foram às ruas neste domingo
são os eleitores de Aécio Neves. E o governo deve “ampliar o diálogo” sobre as
medidas de ajuste fiscal especialmente com os manifestantes que foram às ruas
na sexta-feira, sob o comando de entidades como CUT, MST e UNE.
Nesse diapasão, Dilma corre o risco de se tornar uma presidente
irrisória, condenada a passar os próximos quatro anos aturando uma trilha
sonora que mistura o som gutural das vaias e o ruído estridente das panelas. A
presidente talvez devesse escutar seu instinto de sobrevivência.
Foto UOL: Avenida Paulista.
Roberto Bob Almeida, este aí não é jornalista. É apenas um dos prostitutos dos barões donos da "Óia!". Ruy Sarinho
ResponderExcluirFoi uma infeliz redação como falou e sempre fala muito bem Ruy Sarinho, de quem tenho grande admiração. Se a intenção desse pseudo jornalista era fazer média com o que de mais atrasado e retrógrado que temos, até que se saiu bem. Foi infeliz para não dizer asno, no que escreveu nessa matéria.
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