Fernando Canzian e João Pedro Pitombo - Folha de São Paulo
O forte aumento da rejeição ao governo Dilma Rousseff no Nordeste ocorre
no mesmo momento de uma perda importante do dinamismo na região, que chegou a
crescer a velocidades "chinesas" ao longo da década passada.
Segundo o Datafolha, o índice de
ruim/péssimo de Dilma saltou de 11% para 55% de outubro a março no Nordeste. O
período coincidiu com a disparada da inflação medida regionalmente e com a
primeira queda em vários anos do saldo líquido de empregos formais na região.
Embora ainda conserve desempenho
superior à média nacional, a atividade no Nordeste vem convergindo para o baixo
ritmo do resto do país.
A região também perde terreno em
áreas intensivas em mão de obra, como a construção civil. Alguns grupos
regionais já reveem abruptamente suas expectativas.
Em 2014, o Nordeste concentrou 30%
das demissões na construção civil, setor que cortou 106 mil vagas no país. O
recuo de 3,4% na média nacional foi menor que o de 4,6% na região nordestina.
Cortes nas verbas e nos pagamentos de
obras de infraestrutura e do Minha Casa Minha Vida são alguns dos principais
motivos para o aumento das demissões na região, avalia Ana Maria Castelo,
coordenadora de Projetos da Construção da FGV/Ibre.
Diante do novo cenário, um dos
principais grupos do setor de material de limpeza do Norte e Nordeste, o
Raymundo da Fonte –detentor da popular marca Brilux–, readequou sua projeção de
crescimento para 2015, de 12% para 5%.
"Há uma acomodação do mercado e
queda no consumo. Se conseguirmos manter o ritmo de produção e não demitir, já
vai ser muito bom", diz o diretor comercial do grupo, Romero Longman.
"As pessoas colocaram o pé no
freio, comprando em quantidade menor e buscando marcas mais baratas",
afirma Teobaldo Costa, presidente da Associação Baiana de Supermercados e dono
do grupo Atakarejo, o maior do segmento na Bahia.
Segundo o Datafolha, o Nordeste
concentra a maior proporção de eleitores que votaram em Dilma em outubro e que
agora consideram seu governo ruim/péssimo: 24% estão "frustrados",
ante a média nacional de 16%.
"A rejeição maior vem da
frustração com a economia, do medo do desemprego e da percepção da inflação
fora do controle. Tudo temperado pelos escândalos de corrupção", afirma
Mauro Paulino, diretor-geral do Datafolha.
EU SOU NORDESTINO E MORO EM CAETÉS
ResponderExcluirISTO QUE ESTA ACONTECENDO COM ESTA REJEIÇÃO DE DILMA AQUI NO NORDESTE É BEM FEITO É PARA OS ELEITORES NÃO ACREDITAR EM TANTAS PROMESSAS E MUITO MENOS EM MENTIRAS FALANDO QUE O OUTRO CANDIDATOS IRIA CORTA O BOLSA FAMÍLIA.