Roberto Carlos durante mais
de 50 anos foi um Rei intocável, apresentado pela mídia como cara legal. As
músicas de fundo religioso e pregando a paz devem ter contribuído com a imagem
de bonzinho do artista. E aqueles olhos tristes certamente fizeram muitos
enxergar o cantor como um homem bom. Aliás, “homem bom” é o título de uma de
suas canções. Deve ser o próprio RC. Afinal de contas, no seu último grande
sucesso ele invadiu os lares, os bares, as rádios e os programa de TV,
insistindo: “Esse Cara Sou Eu”.
Tudo mudou quando Roberto
resolveu censurar o livro do jornalista Paulo César Araújo. Um escritor sério
que celebrava o artista como nenhum intelectual tinha feito no país.
Paulo César, baiano de
Vitória de Conquista, que se tornou conhecido e respeitado graças a muito esforço
pessoal, foi tratado de forma cruel por Roberto Carlos. Sem nunca ter dado uma
explicação lógica para sua fúria, o Rei não se contentou em tirar do mercado um
livro que interessa a todos os brasileiros.
Queria arrancar dinheiro do
escritor e se pudesse até tinha colocado o Paulo César na cadeia.
Não conseguiu e o autor de “Roberto
Carlos em Detalhes” ainda deu o troco. Escreveu outro livro, “O Réu e o Rei”,
desmanchando a biografia do cantor e mostrando a verdadeira faceta do
compositor de “Detalhes” e outras baladas românticas que são conhecidas pelos
quase 200 milhões de brasileiros.
Roberto processou Paulo por
um livro em que foi endeusado e não pode fazer nada contra uma obra em que o
escritor alimenta a sua “fama de mal”.
Alimenta mesmo. Paulo César
Araújo parece ter acendido um rastilho de pólvora que se espalha por todo canto
e atinge em cheio o seu ídolo da juventude.
“Tim Maia” o filme que já
foi visto por cerca de 800 mil brasileiros somente no cinema aproveita a deixa
de “O Réu e o Rei” e também toca na ferida. Mostra o Roberto como um cara
insensível, incapaz de estender a mão a um amigo da adolescência, do início da
carreira.
A tentativa da TV Globo de
manipular o filme, mudar a história, parece que está sendo pior. Hoje se você
ler os principais jornais e sites do Brasil vai encontrar em quase todos
matérias detonando Roberto Carlos e a poderosa emissora de televisão.
A obra do cantor e
compositor - as inúmeras canções que ele fez sozinho ou em parceria com Erasmo
Carlos -, possivelmente não será atingida. Mas o homem não poderá mais, daqui
pra frente, dar uma de santo.
Dois episódios revelados do
ano passado para cá deixaram o Rei nu. Não dá para simpatizar com quem censura
e persegue jornalistas por puro egoísmo ou alienação e trata amigos de infância
com desprezo e desdém.
O jornalista Ricardo
Alexandre, do Portal R7, escreve hoje em sua coluna que Roberto Carlos está
apenas começando a pagar pelo seu desprezo pelo jornalismo sério e pela
história. Acho que é isso mesmo. Ainda vamos ler muito sobre o assunto e cada vez
a imagem do Rei será manchada. E, pior, perto de completar 74 anos, RC
dificilmente conseguirá calar os seus críticos através de sua música, nem terá
a coragem de se desculpar, como fez Chico Buarque quando errou feio com Paulo
César Araújo. (Chico negou que tivesse dado uma entrevista ao jornalista e este
apresentou um vídeo comprovando a conversa com o compositor de A Banda).
Os artistas não são deuses,
são de carne e osso. Roberto Carlos cultivou tanto essa história de Rei que
imaginou estar acima dos mortais. Não está. É falível como qualquer um e se não
tiver cuidado vai começar a viver um verdadeiro inferno astral.
Logo ele, que arrebentou na
década de 60 com uma música mandando todo mundo para o inferno e hoje não
suporta nem ouvir essa palavra. (Fotos: Portal R7).
Estou com o livro de Paulo César aqui na mão. - O "rei" está nu. - Essa história de "rei" foi a imprensa que criou. - A Globo é que sempre deu cobertura e promoveu os grandes espetáculos de Roberto Carlos!! - Agora, ele não vai conseguir limpar essa imagem negativa. - Enganou por muito tempo!! - Não engana mais. - E a velhice chegou... - Já era. /.
ResponderExcluirNinguém engana à todos por todo o tempo, interessante é que onde tem suborno, mentira e outros assuntos nefastos, está a Globo,como protagonista ou coadjuvante, porém ela sempre está. Ela quer ser um poder dentro de um outro legal e oficial. Alguma coisa tem que ser feita contra esse mal que infecta ou que agride os nossos lares. Quanto ao outro "Rei", ou País para ter "Rei" vem enganando a muita gente, lembro-me bem de um caso há muitos anos que um autor reclamou de uma música que estaria sendo veículada que ele dizia ser dele e estava em nome do "Rei" não sei em que isso deu. Acho que em nada, um elefante contra uma formiguinha.
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