Leila Diniz viveu apenas 27 anos. Morreu num desastre de avião, na Índia, quando estava no auge da
carreira e tinha muito ainda a oferecer como atriz de teatro, cinema e
televisão.
Ousada para a época, quebrou tabus, irritou a direita e escandalizou a
esquerda pelo seu modo de ser, uma mulher bonita muito à frente do seu tempo.
Na página do UOL Educação, na internet, é comparada a figuras míticas
femininas do Brasil, como Carlota Joaquina, Chica da Silva, Anita Garibaldi,
Chiquinha Gonzaga, Dona Beja e Luz del Fuego.
Natural de Niterói, Leila era professora quando foi descoberta pelo
dramaturgo e escritor Domingos de Oliveira. Com ele viveu um grande amor,
durante três anos e teve suas primeiras chances de atuar no cinema, teatro e
televisão.
Depois a atriz foi casada com outro grande nome do cinema nacional, Ruy
Guerra, diretor de alguns filmes importantes do país e também compositor,
parceiro de Chico Buarque em algumas músicas.
Leila Diniz viveu uma vida eletrizante, tendo no prazo de poucos anos
trabalhado em 14 filmes, 12 novelas e várias peças teatrais. Dentre os seus
trabalhos de destaque estão a novela “O
Sheik de Agadir”, na TV Globo, e os filmes “A Madona de Cedro” e “Mãos Vazias”.
Com o segundo foi premiada na Alemanha como melhor atriz.
Do casamento com Rui Guerra, Leila teve uma filha, Janaína, que foi
criada nos primeiros anos pelo casal Chico Buarque e Marieta Severo, até que o
pai tivesse condições de assumir o seu papel.
Numa retumbante entrevista ao antológico jornal O Pasquim, do Rio de
Janeiro, Leila Diniz escandalizou a sociedade conservadora da época. “Você pode
amar muito uma pessoa e ir para a cama com outra”, disse, causando revolta nos
hipócritas e certinhos do seu tempo.
Foi Leila também quem escandalizou o Brasil ao exibir sua gravidez numa
praia do Rio de Janeiro, usando um biquíni. Somente depois deste gesto ousado
da atriz outras mulheres passaram a mostrar suas barrigas crescidas nas praias
brasileiras.
Passados mais de 40 anos da morte da artista, Domingos Oliveira, que
casou cinco vezes, ainda lembra com saudades da ex-mulher. “Sou pessoalmente
contra morte de Leila. Não fui ao enterro e até bem pouco tempo atrás me
recusava a falar disso. Sou contra. Contra a morte de Leia, contra a morte.
Trata-se de uma rebeldia existencial. E não sou eu que sou contra. Todo mundo
é. A morte é inaceitável, revoltante”, escreveu o cineasta em sua
autobiografia, escrita este ano, quando completou 78 anos.
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