Ao participar da reunião do
Diretório Nacional do PT em Fortaleza, neste final de semana, a presidente
Dilma Rousseff fez um pronunciamento tentando acalmar os radicais do partido,
insatisfeitos com a escolha de nomes conservadores para o Ministério.
A presidente pediu à militância petista
maturidade para aceitar a mudança na equipe econômica do governo, segundo ela
imprescindível para se manter a governabilidade. "Nós temos que tomar as
medidas necessárias, sem rupturas, sem choques, de maneira gradual e eficiente
como vem sendo feito. Temos que estar unidos. Eu preciso do protagonismo de
todos vocês e neste protagonismo destaco o PT. O PT tem maturidade e hoje, depois
de todo esse período sabe que precisamos ter legitimidade e
governabilidade", frisou a líder petista.
Segundo Dilma, a missão
do PT é compreender que a conjuntura, a situação do País e as condições da
economia do país mudam. “Nós nos adaptamos às novas demandas e damos respostas
a cada uma delas. Acho que esta é a grande missão do Partido", disse, ao
demonstrar que, embora dentro da meta, a inflação em 6,5% tem incomodado. Ela desafiou o partido a renovar suas perspectivas diante das demandas econômicas.
A presidente garantiu, porém, que a condução ortodoxa da economia
não vai afetar a essência do programa do partido: "Uma coisa deve ficar
clara e ninguém deve se enganar sobre isso. Fui eleita por forças
progressistas, não para qualquer processo equivocado, mas para continuar
mudando o Brasil", garantiu.
GOLPISMO
A presidente fez um alerta sobre movimentos que considera
golpistas na oposição. "Esses golpistas que hoje têm essa característica,
eles não nos perdoam por estar tanto tempo fora do poder. Temos que tratar isso
com tranquilidade e serenidade, não podemos cair em nenhuma provocação e não
faremos radicalismo gratuito, pois temos a responsabilidade de governar."
LEVY
Em seu prestigiado blog
o jornalista Inaldo Sampaio, natural de São José do Egito, mas radicado no
Recife, revela que o futuro Ministro da Fazenda, Joaquim Levy, votou em Aécio Neves para presidente. “O caso
lembra um similar ocorrido em PE no governo Miguel Arraes. Ele convidou para
uma das diretorias do Bandepe um servidor de carreira que não havia votado nele
e sim no candidato José Múcio. Diante da recusa, Arraes respondeu: Não me
interessa em quem você votou e sim que assuma o cargo”, relatou Inaldo.
ELOGIOS
Questionada
por setores do PT e da esquerda, a escolha de Joaquim Levy tem sido elogiada
por economistas ortodoxos, inclusive alguns ligados ao PSDB. O
ex-presidente do Banco Central, Gustavo Franco, durante uma palestra na Academia Brasileira de
Letras, foi só elogios para a indicação do substituto de Mantega no Ministério
da Fazenda.
Gustavo Franci
classificou de “fato histórico” a presença do liberal Joaquim Levy comandando a
economia num governo petista e comparou o fato à “Carta aos Brasileiros”
divulgada por Lula 2002 quando concorreu à Presidência da República.
À
época, a candidatura do petista sofria restrições do chamado “mercado” e a fim
de acalmá-lo ele divulgou a “Carta” se comprometendo a continuar a política
econômica do seu antecessor (FHC).
Franco
terminou sua palestra dizendo que o PT pode ser acusado de muitas coisas, menos
de não possuir “inteligência política”.
E
acrescentou: “O momento de fechar o cofre é o momento em que a presidente
decide se afastar da área econômica e colocar alguém de mão fechada (Joaquim
Levy). Não sei se vai dar certo, mas é um movimento muito inteligente e faço
votos que funcione”, concluiu o ex-presidente do Banco Central.
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