DILMA PODE ESTAR AJUDANDO ARMANDO

Armando Monteiro possivelmente venceria com folga a eleição para governador de Pernambuco, caso Eduardo Campos não tivesse morrido na tragédia de Santos.

O exército de prefeitos e deputados não estava adiantando muito e o candidato do socialista passou seis meses sem sair do lugar nas pesquisas.

A partir do lamentável acidente, Paulo Câmara e seus aliados passaram a usar de forma até abusiva imagens e voz do ex-governador, tornando o ex-secretário da Fazenda conhecido e herdeiro do prestígio do líder socialista.

Com a propaganda eleitoral a partir de agosto e o dobro do tempo no rádio e televisão, Câmara pegou o pernambucano pela emoção e deu um pulo espetacular na preferência do eleitor em poucos dias.

O Guia Eleitoral do PSB é muito bem feito, passa uma mensagem simples que envolve o povão e este parece ter aderido em massa ao representante da “Nova Política” em Pernambuco.

Armando vai para a televisão sem muita pirotecnia, sem maquiagem e seu discurso sincero pode soar sisudo ou burocrático para muitos.

Apesar de todas as desvantagens – ainda tendo de enfrentar as máquinas da Prefeitura do Recife e Governo do Estado – o petebista chega às portas da eleição empatado com o socialista, quando há poucos dias a vitória de chapa governista era dada como certa.

Com menos tempo na propaganda eleitoral, menos partidos e lideranças em seu palanque, Armando é forte porque tem história e não foi um candidato improvisado de última hora para dar continuidade a um projeto de poder personalizado.

Além disso, o petebista é fortalecido pela aliança com o PT, que neste momento se fortalece com o crescimento da candidatura de Dilma Rousseff em todo o país. A presidente, até pouco hostilizada e que até os aliados escondiam se tornou importante nas campanhas estaduais.

No quadro atual, quanto mais Armando se vincular a Dilma, Lula, João Paulo e outras lideranças petistas, mas terá chances de se sair bem nesta difícil eleição de Pernambuco.

É possível que nesta reta final Paulo Câmara fale cada vez menos em Marina Silva, candidata que tropeça nas próprias pernas e corre o risco de se “esfarelar” até o dia da eleição, como previu hoje o tucano Aécio Neves.

O choro de Marina, por conta de uma crítica política feita a ela pelo ex-presidente Lula beirou o ridículo. Segundo bem comentou o blogueiro Kléber Cisneiros, se as lágrimas foram fingidas se trata de uma vigarista, se foram sinceras revelam uma pessoa sem a menor condição de governar o Brasil.

As lágrimas de Marina lembram a bola de papel de Serra na campanha de 2010. Uma farsa grotesca montada com a ajuda da TV Globo que terminou por desmoralizar o tucano, derrotado por Dilma na eleição daquele ano.

Essa de se fazer de vítima pode ser um tiro no pé. Nas próximas pesquisas veremos se deu certo. O mais provável é que Dilma volte a crescer, Marina caia mais um pouco e a eleição fique a poucos pontos de ser decidida no primeiro turno.

Em Pernambuco o senador Armando Monteiro pode se beneficiar dessa situação e tem de se aproveitar dos debates para tentar superar Paulo Câmara. Amanhã tem na TV Jornal, no começo do próximo mês deve ter o último, na Globo Nordeste, e se os dois candidatos chegaram lá empatados o confronto será decisivo.

O certo é que Armando Monteiro já esteve na cadeira de governador, depois foi a vez de Paulo Câmara e a eleição agora está indefinida. Mas que as pesquisas dos institutos Maurício de Nassau e Ipespe devolveram o ânimo aos petebistas e petistas, disso não há a menor dúvida.

No plano nacional e estadual temos disputas empolgantes. Que vença o melhor para o Brasil. Que vença o melhor para Pernambuco.