Pouco
antes das eleições municipais de 2012, Sigmaringa Seixas, ex-vice-governador do
Distrito Federal pelo PT, foi despachado por Lula ao Recife com uma tarefa que
o ex-presidente considerava difícil, mas não impossível: convencer Eduardo
Campos, então governador de Pernambuco pela segunda vez, a desistir da ideia de
se lançar candidato à sucessão de Dilma dali a dois anos.
Até
então ainda não se falava de público na candidatura de Eduardo pelo partido que
ele presidia – o PSB. Eduardo recebeu Sigmaringa no Palácio do Campo das
Princesas, sede do governo de Pernambuco. Conversaram sozinhos durante mais de
duas horas. Sigmaringa retornou a Brasília no mesmo dia. Orientado por Lula,
acenara para Eduardo com a hipótese de ele compor como vice a chapa de Dilma à
reeleição.
Eduardo
recusou a proposta. Alegou que não deixaria o governo para ser vice. Os
pernambucanos não entenderiam seu gesto. Então Sigmaringa jogou na mesa o que
imaginou que fosse um trunfo: Lula estava disposto a apoiar Eduardo para
presidente em 2018. Em troca, Eduardo fecharia com a reeleição de Dilma.
-
Obrigado, mas não topo – descartou Eduardo.
- Mas
por quê? – insistiu Sigmaringa.
-
Confio na palavra de Lula, mas não confio na palavra do PT – respondeu.
Aquela
foi a maneira elegante que ele achou de dizer não a Lula. Na verdade, nem na
palavra de Lula acreditava mais desde que o PT de Pernambuco desfizera o acordo
com o PSB para disputar a prefeitura do Recife naquele ano. Estava combinado
que o PT apoiaria o candidato de Eduardo. Com o consentimento de Lula, o PT
preferiu ter candidato próprio.
A
mais de uma pessoa nos últimos dois anos, Lula confidenciou que tinha Eduardo
como uma espécie de filho político adotivo. E que esperava contar com ele para
reeleger Dilma. Pai e filho não se falavam há mais ou menos seis meses.
*Ricardo Noblat é jornalista. Nasceu em Pernambuco, mas atua há muito tempo em Brasília. Tem um dos blogs mais lidos do Brasil e escreve para o Jornal O Globo, do Rio de Janeiro.
Confio na palavra de Lula, mas não confio na palavra do PT – respondeu. É por isso que os entendido vive dizendo e falando que o PT nao é um partido mais uma ÇEITA. Eu acho tambem.
ResponderExcluirNa política ninguém confia na palavra de ninguém.O cara chama o seu adversário de bandido, ladrão e picareta e depois o cara tá comendo cozido com ele.
ExcluirO outro faz uma campanha destruindo o seu concorrente chamando por adjetivos nocivos, doentios e depois vem o sujeito e sobe no palanque e se abraça pra todo mundo ver, pode-se confiar nessas pessoas?
Afinal, a nossa política com a reeleição criou os piores inimigos e ninguém confia nem nos irmãos ,imagine nos outros de fora!
.pense em uma disculpa furada desse anonimo 07.26?????????????????
ResponderExcluirNão existe "DESCULPA FURADA", porra nenhuma.Infelizmente a nossa política é feita em cima de ataques as pessoas tidas como "raposas da política". Vai no Blog de RONALDO CESAR e assista o vídeo do guia eleitoral que iria ao ar em 19 de agosto de 2014. Ainda há tempo. E confira se é ou não verdade as afirmações citadas acima.
ExcluirOs homens públicos do Brasil ainda não aprenderam a fazer política com um "P" maiúsculo. Preferimos em primeira lugar destruir uns aos outros para poder o povo sair por ai dizendo assim: "o cara é corajoso". Os ataques a José Sarney, Renam Calheiros e Fernando Collor de Melo tem uma razão de ser.Para toda ação há uma reação em sentido contrário e com a mesma velocidade.
ExcluirHá uma incorreção grave no artigo: na eleição de 2012 para prefeito do Recife não havia nenhum acordo para que o PT apoiasse o candidato de Campos. Na verdade, o PT se digladiou internamente entre os que apoaivam e os que eram contra a reeleição do então prefeito João da Costa, e Eduardo aproveitou a ocasião para sacar do bolso um candidato totalmente desconhecido que terminou vencendo as eleições(Geraldo Julio). O próprio fato de Eduardo improvisar um candidato de última hora é a prova de que não havia acordo para que o PT apoiasse seu candidato. É estranho um jornalista bem informado como Noblat ignorar estes fatos.
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