Do jornalista Magno Martins:
As adesões de prefeitos do PTB, partido de Armando Monteiro, ao palanque
do candidato a governador pelo PSB, Paulo Câmara, criam fatos que podem até repercutir
negativamente para o senador trabalhista, que lidera as pesquisas para o
Governo do Estado, mas podem não se traduzir em resultados concretos nas urnas.
Quando regressou do exílio e disputou as eleições em 1986, o
ex-governador Miguel Arraes não tinha o apoio sequer de uma dezena de
prefeitos. E deu uma sova em José Múcio que entrou para a história.
Já com o seu neto Eduardo Campos, eleito em 2006, aconteceu à mesma
coisa. E os exemplos se multiplicam pelo País afora. Prefeito influencia? Sim,
principalmente quando está bem avaliado, em sintonia com a população.
Mas quando ocorre o contrário, quem fica no prejuízo é o candidato a
governador. O que vai pesar, na verdade, nesta eleição em Pernambuco é o
cenário nacional. Pela primeira vez o Estado terá um candidato a presidente,
cuja presença na corrida ao Planalto ainda é uma grande incógnita.
Se Eduardo surpreender e crescer nas pesquisas, o seu candidato no
Estado será naturalmente beneficiado, gerando um clima bastante favorável à sua
eleição. Mas se o socialista não se transformar num candidato competitivo,
capaz de deixar para trás Aécio Neves, seu principal concorrente na oposição,
rumo ao segundo turno, estagnando nas pesquisas, Câmara enfrentará uma onda
difícil no Estado.
Principalmente, vale a ressalva, se a presidente Dilma recuperar os
pontos que vem perdendo e se transformar num pesadelo para a oposição, com
chances de liquidar a fatura no primeiro turno. A eleição em Pernambuco,
portanto, estará casada e associada diretamente ao plano presidencial. Apoio de
prefeito, neste caso, tende a virar letra morta eleitoralmente.
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