O engenheiro Paulo
Camelo escreve outro artigo para contribuir com o debate sobre a relação de
Garanhuns com seus artistas. Desta vez ele discute o esquecimento, por parte da
população local, do seresteiro Josemir Barbosa (foto), que fez seu nome morando em Brasília.
Segue o texto de Paulo Camelo:
Alguns expoentes da
nossa cidade passam despercebidos porque somos dominados pela Legião
Estrangeira, a qual governa Garanhuns há aproximadamente meio-século,
ininterrupto. Some-se a isso o aspecto de cidade cosmopolita que Garanhuns o
é.
O SERESTEIRO
Através da, digamos,
Madrinha dos Seresteiros da Pitanguinha, de Maceió/AL, Maria do Socorro Camelo
Libardi, Garanhuense e prima do Paulo Camelo, juntamente com o Presidente
daquela agremiação, o esposo de Socorrinho (como é chamada carinhosamente) e
instrumentista musical, Valmir Libardi, conheci em Brasília, Josemir Barbosa,
“O Último Seresteiro do Brasil”, segundo Silvio Caldas e Sérgio Bittencourt. Na
ocasião estive em Brasília, em meados do segundo semestre de 2011, e entreguei
ao Josemir Barbosa, uma cópia do vídeo relativo a nossa luta para transformar o
FIG em Patrimônio Cultural e Imaterial do Brasil. O evento aconteceu no Hotel
Bristol, onde o cantor e compositor Josemir Barbosa, apresenta-se todas as
terça e quarta-feira, às 19 horas.
Apesar de distante da
sua terra natal, Garanhuns/PE, o Josemir Barbosa, ficou bastante emocionado
quando entreguei aquela pequena lembrança, motivo de recordação dos programas
de rádio, na Rádio Difusora, hoje Rádio Jornal. Que o diga o nosso conterrâneo
e amigo Iran Pessoa de Azevedo. Na ocasião, Josemir Barbosa, retribuiu a
gentileza, com um livro e dois CD contendo as suas principais músicas.
OS ARTISTAS
Dentre vários artistas
de Garanhuns, a exemplo de Andrea Amorim, a viva voz feminina e juvenil, de
Dominguinhos, um dos ícones da música sertaneja do Nordeste, e de Josemir
Barbosa, Garanhuense e Brasiliense por adoção, este último canta as músicas que
falam de amor e saudade, com diversos discos gravados. Josemir cantou na noite
boemia carioca, em Rádios e TVs, antes de escolher Brasília para morar.
Era o predileto do
ex-Presidente JK.
BIOGRAFIA
Josemir nasceu em
Garanhuns no dia 01/01/1938. Começou sua carreira de cantor na cidade de
Garanhuns, Pernambuco, especialmente na Rádio Difusora. Sua mãe foi quem lhe
ensinou os primeiros acordes no violão. De Garanhuns para Recife e depois para
o Rio de Janeiro, onde viveu por mais de 30 anos, cantando nas mais famosas
casas noturnas, em rádios e tvs, ficando entre os "10 melhores da noite da
boemia carioca”
Em 1986, foi para
Brasília para cantar em um restaurante de amigos e passar apenas dois dias.
Nunca mais saiu, adotou a cidade para sua residência. É o único cantor de
Brasília a fazer o estilo da seresta, já tendo cantado em eventos para diversas
autoridades nacionais e internacionais.
DISCOGRAFIA
Gravou mais de 20
discos ao longo de sua carreira, entre eles se destacam:
Uma noite na fossa. Rio
de Janeiro, 1967.
Simplesmente Josemir
Barbosa. Brasília, 2002.
O Cantor da noite.
Brasília, 2003.
Tributo a Nelson
Gonçalves e Altemar Dutra. Brasília, 2004.
Passado e presente.
Brasília, 2005.
Mesa de Bar. Brasília,
2006.
Enquanto houver
saudade. Brasília,2007.
AMOR PLATÔNICO
Apesar de afastado da
sua terra natal, não podemos dizer que Josemir Barbosa, não ama Garanhuns. Mas
que é um amor não correspondido é pura verdade. Assim como é verdade que
Josemir não enaltece o nome de Garanhuns. Mas, que é motivo de orgulho para
todos nós é claro que sim. É um AMOR PLATÔNICO, é lógico, com saudades e
lágrimas. O mesmo não podemos afirmar que Dominguinhos, não amava sua terra
natal, Garanhuns. Mas que era um amor não correspondido é pura verdade. Aqui
não se trata de criticá-lo, mas de dizer que existia um AMOR PLATÔNICO, ou
seja, não correspondido entre o Mestre e os seus conterrâneos. Que esse alerta
sirva para as novas gerações de artistas. Esperamos que as autoridades do
município, hoje e futura, não levem ao esquecimento e ao AMOR PLATÔNICO, a
nossa jovem, conterrânea e brilhante cantora, a ANDRÉA AMORIM. Convém lembrar
que o Amor Platônico tem mão dupla, ou melhor, dois culpados.
Eu soube que Arlindo Marcolino faleceu recentemente não lembro de alguma noticia sobre sua morte ele e Vava também cantaram Garanhuns
ResponderExcluir"Garanhuns não enaltece o nome de Josemir", diz Paulo Camelo. Assim como não enaltece outras fugaras ímpares de extensa importância nas artes e literatura. Vide Luis Jardim, Renato Pantaleão, Maurilio Matos, Ruber Van Der Linden e tantos outros. Aqui se homenageia apenas o que tiver notoriedade momentânea e interessar como propaganda, isso graças aos tolos que abraçam até pé de mandacaru.
ResponderExcluirComecei a cantar em 1979, na cidade de Resende (RJ). Foi meio por acaso, mas foi pelas mãos de Josemir Barbosa. Um seresteiro que colocava seu violão no peito e saía pelas mesas cantando. Um dia (09 de junho), após mais um dia de seresta, com ele fazendo a gentileza de me acompanhar, recebi o meu primeiro cachê e um grande conselho: arrume um músico BOM, pois você será uma grande cantora! De lá para cá nunca mais deixei de cantar. Ainda não tenho CDs gravados, mas tenho uma carreira de artista, reconhecida (como ele) fora do meu lugar. Hoje moro em Palmas e sou conhecida como artista do Tocantins. Graças à esse homem muito digno, contruí uma carreira sólida na preparação de artistas. Só tenho boas lembranças dessa época áurea de serestas.
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