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CAZUZA - UMA ESTRELA NO CÉU

Cazuza morreu muito jovem, daquele jeito triste, trágico. E deixou tanta coisa bonita. Partiu há 24 anos e se ainda estivesse aqui, alegrando a vida da gente, com sua música, teria completado 56 anos nesta sexta-feira, dia quatro de abril.

Incrível como esse cantor e poeta era e é querido. Só para vocês terem uma ideia, desde que este blog foi criado há quatro anos e nove meses, já foram postados 9700 textos, a maioria deles de minha própria autoria após conversas, entrevistas, pesquisas. Outros de colegas da cidade e região, jornalistas do Sudeste, escritores, reproduções de reportagens importantes publicadas nos principais sites do Brasil. Pois bem, entre tantos assuntos - na área política, esportiva, focando mulheres bonitas, mortes, informações sobre Garanhuns e as cidades do Agreste Meridional -, o terceiro post mais lido é um com um perfil de Cazuza.

Escrito em setembro de 2011 já teve 12.685 mil visualizações de página. Só perde para “Bruna Surfistinha no Cinema”, uma nota sobre o lançamento do filme com Deborah Secco e “Fotos de Nanda Costa na Playboy”, texto produzido quando a atriz Nada Costa estava no auge, na novela “Salve Jorge” e posou nua para a conhecida revista masculina.

Apenas o perfil de Cazuza e a Homenagem aos Professores, feita em outubro de 2013, conseguem furar o interesse pela política, as mulheres e as tragédias, ficando entre os 10 mais lidos nesses quase cinco anos de trabalho.

Já que Cazuza está tão presente, podemos comemorar o seu aniversário como se ainda estivesse entre nós. E reproduzo nesta data o perfil do cantor publicado no blog e que caiu no gosto de leitores de todo o País.

CAZUZA – GRANDES NOMES DA MPB

Agenor de Miranda Araújo Neto. Este o nome de um dos maiores artistas da música brasileira. Poeta, irreverente, rebelde. Cheio de vida e amor, incendiou o país com sua voz rouca e sua letras cortantes. O nome, registrado em cartório por sugestão de um dos avós, ficou esquecido no baú da memória até pelo cantor, que na chamada da escola esquecia de responder, pois não conhecia Agenor. Desde pequeno se fez Cazuza. Um mito, um símbolo, uma saudade, uma dor.

Morreu com apenas 32 anos de idade, levado pelo mal do século XX. Uma doença que se tornou conhecida pela sigla, por quatro letras: AIDS.

No final da década de 80, quando o cantor já tinha confessado ser soropositivo e estava a caminho do fim, a Revista Veja publicou uma reportagem com chamada de capa que causou polêmica e promoveu um estouro nas vendas. O título: “Cazuza – uma vítima da AIDS agoniza em Praça Pública”. E a foto do compositor magro, com poucos cabelos, usando óculos, um rosto sério e triste – como se estampasse: “Não há mais nada a fazer!”.

Antes de tudo isso, porém, Agenor iria fazer história como um dos melhores artistas do pop/rock e da música popular brasileira.

Nasceu no Rio de Janeiro, em abril de 1958 e disse adeus na mesma cidade, em julho de 1990. Estaria com 53 anos, se não o tivessem chamado tão cedo. Mas deve estar no céu, como um beija-flor, tendo encontrado sua ideologia e chegado a conclusão que um dia o tempo para.

Agenor (só começou a gostar do nome quando descobriu que assim também se chamava Cartola, um dos seus compositores favoritos) era filho de João Araújo, produtor fonográfico e Lucinha Araújo, dona de casa, cantora e heroína. Enfrentou a doença do filho com bravura, virou celebridade e criou uma Fundação para eternizar ainda mais o legado do seu menino.

Desde pequeno Cazuza foi influenciado pelos grandes artistas da música brasileira. Ouvia Dolores Duran, Maysa, Dalva de Oliveira. Gostava de Lupicínio Rodrigues, Cartola, Noel Rosa.

Por conta da profissão do pai, conviveu desde novo com um monte de gente boa. Caetano Veloso, Gal Costa, Gilberto Gil e João Gilberto, dentre outros artistas do primeiro time da MPB.

O voo de Agenor rumo ao estrelato aconteceu quando entrou numa “banda de garagem” do Rio de Janeiro. Com Roberto Frejat, Dé Palmeira, Maurício Barros e Guto Goffi integrou a Barão Vermelho, que renovou e ampliou nos anos 80 a qualidade do rock brasileiro. 

Os primeiros discos venderam pouco, mas os rapazes chamaram a atenção dos colegas do meio musical e produziram alguns clássicos que ainda hoje são cantados por diferentes gerações. Como “Todo Amor que houver nesta Vida”, gravado posteriormente por Caetano Veloso, e “Pro Dia Nascer Feliz”, sucesso na voz de Ney Matogrosso e que deu grande impulso à banda.

Bete Balanço, que virou música e tema de um filme com o mesmo nome, veio na esteira do sucesso dos trabalhos anteriores e esteve entre as canções mais executadas nas rádios do país.

Em meados dos anos 80 Cazuza optou por fazer carreira solo. Quando lançou o seu primeiro disco, “Exagerado”, os sintomas da doença já vinham se manifestando. O disco de 1985 traz uma de suas obras primas, a música “Codinome Beija Flor”, ouvida por todo o Brasil em sua voz e na de outros intérpretes, como a cantora Simone.

Ao mesmo tempo que tratava da saúde, tendo ido inclusive com o pai aos Estados Unidos - que estava à frente na luta contra a AIDS -, Cazuza trabalhava. Lançou novos discos em 86, 87 e 88. Surgiram hits como “Só se for a dois”, “O Nosso Amor a Gente Inventa”, “Faz Parte do Meu Show”, “Ideologia” e “Brasil”. Este último, na voz de Gal Costa, se espalhou pelo país, pois foi tema da novela Vale Tudo, exibida pela Rede Globo.

Em fevereiro de 1989 Cazuza confessou publicamente que era soropositivo. Um dos primeiros a ter essa coragem, provocando com seu gesto uma reflexão e a criação de uma consciência em relação à doença. Naquele ano o artista compareceu à cerimônia do Prêmio Sharp numa cadeira de rodas , recebendo os prêmios de melhor canção para "Brasil" e melhor álbum para "Ideologia".

Em 1989 seu último trabalho em disco. Burguesia é um álbum duplo, com um lado mais pop e outro bem MPB. Um disco bonito e triste, mesclando poesia, criatividade e o sentimento de impotência, de revolta. “Cobaias de Deus”, que expressa a concepção do vinil melhor do que qualquer outra faixa deu a Cazuza, já postumamente, o prêmio Sharp de melhor canção.

Cazuza encantou-se em 1990. Virou Sociedade, Fundação, Livro, Filme. Foi ídolo da geração que foi às ruas pelas diretas. Começou a se despedir, em 1989, quando um grito ecoava pelo país pedindo Lula presidente.

Em 1997 Cássia Eller lançou o disco Veneno AntiMonotonia, com todas as composições de Cazuza.

O Tempo realmente não Para. Tudo muda. Tudo um dia acaba. Mas Cazuza virou estrela do céu, está por aí. Ainda está aqui. No MP3, na TV, no DVD, no cinema, na revista, no jornal, nas páginas da internet. 

Abaixo a letra de POEMA, uma das mais lindas canções do artista carioca:

Eu hoje tive um pesadelo
E levantei atento, a tempo
Eu acordei com medo
E procurei no escuro
Alguém com o seu carinho
E lembrei de um tempo

Porque o passado me traz uma lembrança
Do tempo que eu era criança
E o medo era motivo de choro
Desculpa pra um abraço ou um consolo

Hoje eu acordei com medo
Mas não chorei, nem reclamei abrigo
Do escuro, eu via o infinito
Sem presente, passado ou futuro
Senti um abraço forte, já não era medo
Era uma coisa sua que ficou em mim
E que não tem fim

De repente, a gente vê que perdeu
Ou está perdendo alguma coisa
Morna e ingênua que vai ficando no caminho
Que é escuro e frio, mas também bonito porque é iluminado
Pela beleza do que aconteceu há minutos atrás.


Para completar a homenagem disponibilizamos o link da espetacular interpretação de Ney Matogrosso da música POEMA. Vale a pena assistir.

https://www.youtube.com/watch?v=xYQDMX-Z9K4


7 comentários:

  1. Roberto e a fonte deste texto?

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  2. O texto é do jornalista Roberto Almeida, que tem vários discos de Cazuza, fez uma leve consulta à biografia do artista e escreveu tudo fazendo uso da cabeça e do coração. A fonte é Tahoma, corpo 14.

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  3. Politizado e coerente em suas composições.

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  4. Adoro Cazuza e amei o texto de muita sensibilidade e de quem conhece a obra do artista. Parabéns.

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  5. uma pessíma referência pra nossa juventude nos dias de hoje um jovem rebelde,drogado,vida sexual disregrada e inadequada para os paramêtros tradicionais não sou um pseudo religioso mas a vida deste cara foi um bom exemplo de quem não saber viver a vida e desfrutar o que ela realmente oferece de bom seu testemunho de vida foi uma mancha que deve ser apagada da memória de pessoas alienadas e traze-las de novo a sobriedade.

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  6. este cara foi um pessímo exemplo para nossa juventude um rebelde,um drogado e muito mais coisas erradas estimulando alguns de nossos jovens a trilharem o caminho do lixo da sarjeta não sou um pseudo religioso mas este cara sempre mostrou a pior forma de se viver a vida e agora vem me falar que foi um bom moço sai pra lá aqui se trata de uma mente sóbria e não alienada.

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  7. Esse moço "adorado" foi um grande exemplo para a juventude optar por uma vida muito doida, para um "vale tudo" nas drogas, no sexo, na liberdade (ou libertinagem) e o diabo-a-quatro... Que boa contribuição sobretudo aos jovens, a publicação desse texto. (???...)

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