As três principais revistas semanais do
Brasil – Veja, Época e Istoé – chegaram às bancas, neste final de semana, com
chamadas de capa e reportagens relacionadas com a violência nas manifestações e
protestos realizados em diversas cidades do Brasil. A morte do cinegrafista
Santiago Andrade, da TV Bandeirantes, está no centro do que foi produzido por
cada publicação, merecendo destaque ainda a atuação da ativista Sininho e do
movimento dos Black Blocs, comparados a terroristas.
“A fada da baderna” é o título da reportagem da revista Veja, que traz Sininho em foto de capa. “A tragédia ocorrida com o cinegrafista derruba a máscara libertária dos black blocs para revelar a face soturna de um grupo que, ao aliar violência e inconsequência, equipara-se a terroristas”, diz um trecho da reportagem.
“A fada da baderna” é o título da reportagem da revista Veja, que traz Sininho em foto de capa. “A tragédia ocorrida com o cinegrafista derruba a máscara libertária dos black blocs para revelar a face soturna de um grupo que, ao aliar violência e inconsequência, equipara-se a terroristas”, diz um trecho da reportagem.
Na revista Época, a reportagem “Somos
todos Santiago” pede um “basta!” a violência nas manifestações de rua, tática
dos black blocs. “Eles transformaram em meta o vandalismo contra governo,
polícia, imprensa, bancos, estabelecimentos comerciais, monumentos – e tudo
aquilo que possa estar associado às instituições democráticas”, diz trecho da
matéria de capa.
Na IstoÉ, “O risco do radicalismo” relata que a morte do cinegrafista é fruto da inaceitável violência dos black blocs e ao mesmo tempo revela o despreparo da polícia para lidar com extremistas e coloca o país diante do desafio de conter o vandalismo sem atentar contra liberdades democráticas.
Na IstoÉ, “O risco do radicalismo” relata que a morte do cinegrafista é fruto da inaceitável violência dos black blocs e ao mesmo tempo revela o despreparo da polícia para lidar com extremistas e coloca o país diante do desafio de conter o vandalismo sem atentar contra liberdades democráticas.
SOMOS
TODOS SANTIAGO
Jornalistas são os olhos, ouvidos e vozes de
uma nação. Olhos, ouvidos e vozes que trabalham para todos. É por meio dos
olhos das câmeras que vemos o que acontece em locais distantes. Por meio dos
ouvidos dos microfones que escutamos o que os outros têm a nos dizer. Por meio
das vozes que narram as histórias que tentamos entender o mundo, compreender
nosso tempo, alcançar um conhecimento modesto sobre o pouco que cabe a cada um
de nós saber nesta vida. Sem olhos, sem ouvidos, sem vozes, restam apenas ignorância,
escuridão, silêncio.
Qualquer ataque à imprensa é um ataque a esses olhos, ouvidos e
vozes. Quem ataca a imprensa ataca olhos, ouvidos e vozes que trabalham para si
próprio, que estendem sua própria visão, sua própria audição e sua própria voz.
Quem ataca a imprensa não quer apenas cegar o outro – quer também ficar cego.
Não quer apenas ensurdecer o outro – quer também ficar surdo. Não quer apenas
calar o outro – quer também ficar mudo.
Ser os olhos de todos nós era o trabalho do jornalista e cinegrafista
Santiago Andrade, da Rede Bandeirantes de Televisão. Santiago foi atingido com
um rojão na cabeça, enquanto trabalhava na cobertura de protestos contra o
reajuste da tarifa de ônibus, no Rio de Janeiro na quinta-feira, dia 6 de
fevereiro. Sua morte na última segunda-feira, dia 10, fez dele a primeira
vítima a morrer num conflito provocado pela espiral de manifestações que
tomaram o país desde as jornadas de junho do ano passado, quando milhões de
brasileiros foram às ruas protestar inicialmente contra reajustes nas tarifas
de ônibus, depois contra carências de toda sorte. (Trecho da Reportagem da Revista Época).
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