Garanhuns
vive a efervescência do Festival de Inverno e entra de luto, a partir desta
terça-feira, com a morte de um dos seus mais ilustres filhos.
José
Domingos de Morais, o Dominguinhos, 72 anos, morreu hoje, no Hospital Sírio
Libanês, em São Paulo.
Cantor,
compositor e um dos maiores sanfoneiros do Brasil, o músico lutou sete anos
contra um câncer de pulmão e com o agravamento da doença estava internado desde
dezembro do ano passado.
Às
18h não resistiu mais e descansou. Garanhuns, Pernambuco e o Brasil choram a perda de um dos seus maiores artistas.
ORIGEM
– Dominguinhos nasceu em Garanhuns no dia 12 de fevereiro de 1941. Começou aqui mesmo, na terra natal, junto com seus irmãos,
tocando nas feiras e na porta do Hotel
Tavares Correia, para ganhar uns trocados. Um dia, de passagem por Garanhuns,
Luiz Gonzaga, o rei do baião, descobriu o artista. Ficou impressionado com o
talento do rapaz e o convidou a procurá-lo no Rio de Janeiro.
Um dia o garanhuense pegou a estrada. Precisou da ajuda de
amigos de sua família para completar o dinheiro da passagem. Foi para o antigo
Estado da Guanabara e procurou Gonzagão.
O pernambucano de Exu, já famoso, deu a mão e abriu as portas para o sanfoneiro
da terra de Luís Jardim.
A partir daí nunca mais Dominguinhos precisou tocar em feira ou
porta de hotel. Aprimorou sua arte e se tornou um dos músicos mais prestigiados
do Brasil. Já gravou com Caetano, Gilberto Gil, Gal Costa, Elba Ramalho, o
próprio Lua Gonzaga, Marinês, Fagner, Roberto Carlos e uma porção de artistas
famosos. Considerado um dos melhores, senão o melhor, acordeonista do Brasil,
José Domingos também canta (e tem um vozeirão), compõe e faz arranjos para seus
discos e dos colegas de profissão.
O SUCESSO - No final dos anos 60 conheceu Anastácia, sua
primeira mulher. Com a companheira, também cantora e compositora, fez músicas
de sucesso, tocadas nas rádios do Brasil inteiro. A mais conhecida delas é Eu Só
Quero Um Xodó, gravada também por Gilberto Gil.
Na
década seguinte o garanhuense fez parcerias com Gal Costa, Gilberto Gil,
Caetano Veloso e Maria Bethânia. Durante esse período, conheceu Guadalupe, que
veio a ser sua segunda esposa.
Com
Chico Buarque, escreveu Tantas
Palavras e Xote da Navegação. Apesar de tantos nomes já
famosos, foi como Nando Cordel que fez uma de suas canções mais famosas: De Volta pro Aconchego, que
viria a ficar famosa na voz de Elba Ramalho.
Em 2002, foi
vencedor do Grammy Latino, com o álbum Chegando de Mansinho. Quatro anos depois, levou o
Prêmio Tim como Melhor Cantor Regional. Em 2010, levou o Prêmio Shell de
Música, entre muitos outros prêmios. O último álbum do cantor, Yamandu + Dominguinhos, foi
lançado em 2008.
Gonzagão, quando ainda estava com saúde, fazendo shows, elegeu o artista de
Garanhuns como seu sucessor. Fez bem. Dominguinhos gravou mais de 50 discos e
nunca abandonou as raízes regionais, o autêntico forró pé de serra, a riqueza
cultural do seu Nordeste.
Dominguinhos, como todo grande artista, “encantou-se”. Ficará
para sempre entre nós através de sua obra, reverenciada pelo povo e por tantos
nomes da MPB com quem esteve no palco ou no estúdio. De Chico Buarque a Roberto
Carlos, de Fagner a Nando Cordel, de Gilberto Gil a Elba Ramalho.
Salve mestre Dominguinhos! Que Deus o receba no céu com toda
honra e toda glória. Quem sabe você reencontra Luiz Gonzaga e com ele vai fazer uma festa daquelas lá do outro lado.
(Na construção deste texto foram usadas informações do Portal UOL e da série Grandes Nomes da MPB, publicada neste blog).
(Na construção deste texto foram usadas informações do Portal UOL e da série Grandes Nomes da MPB, publicada neste blog).
UM DIA SE FOI MEU IRMÃO LUIZ LULA GONZAGA,E AGORA VOCÊ PARA CADA UM DEUS TEM UM LUGAR.
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