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DIVINA COMÉDIA HUMANA - A CRÔNICA DO DOMINGO

O dia amanheceu nublado em Garanhuns e tudo indica será diferente do sábado, caracterizado pelo sol forte e muito calor.

A seca tem causado inúmeros estragos em todo o Agreste. Mesmo aqui, entre sete colinas, a falta de chuvas deixa sua marca. Quem desce pela Boa Vista vendo do outro lado uma parte de Heliópolis constata a paisagem cinzenta, sem a exuberância dos invernos, quando Garanhuns veste as suas melhores roupas.

À tarde o movimento no comércio é mais tranqüilo, os jovens lotam as sorveterias, mas há os que não dispensam um chocolate quente,  colocando os assuntos em dia nas calçadas, enquanto outros vão às lojas em busca de roupas, sapatos, artigos de casa, discos, livros e outros produtos que ajudam a combater o tédio.

No escritório, protegido por imagens de santos e pela igreja próxima, dou “tratos a bola” e avalio as possibilidades do futuro.

Minha amiga Graça Barbosa, esposa do desportista Laércio, escreveu outro dia que não consegue passar um dia sem ouvir música.

Também sou um pouco assim. E caminho por essa cidade levando comigo as canções do passado e procurando descobrir alguma coisa boa do presente.

Nos anos 60 Roberto e a Jovem Guarda fizeram a minha cabeça. Versos românticos falando de amor, hoje parecendo tão ingênuos.

Na década de 70 vieram os poetas cearenses e arrebentaram com tudo. Não se eternizaram, como os baianos, porém suas vozes ainda ecoam em algum lugar, mesmo no som da sala, onde o Belchior vem cantar a “Divina Comédia Humana”.

“Estava mais angustiado que um goleiro na hora do gol. Quando você entrou em mim como um sol no quintal....”

“Eu quero gozar no seu céu, pode ser no seu inferno. Viver a divina comédia humana onde nada é eterno”.

Neste momento, perto das sete da matina, o sol aparece timidamente. Muitos dormem na maioria das casas desta Garanhuns gentil e charmosa. Daqui a pouco começa o trabalho nas cozinhas e as mulheres, como antigamente, vão preparar para seus maridos um forte café acompanhado de pão quente, queijo, ovos fritos, inhame, batata ou macaxeira. Outros preferem suco, frutas, presunto de peru... Infelizmente em muitos lares se come de acordo com o salário mínimo ou o desemprego.

De volta ao passado musical lembro do Raul Seixas, inquieto em seus versos mesmo quando descansa há anos em seu túmulo. “Hoje é domingo, missa e praia, céu de anil, tem sangue no jornal”.

Sim. Muitos vão ver o mar em Maceió, Tamandaré ou Recife. Outros ficam e não perdem a missa de padre Emerson na Boa Vista. O céu poderá ser de anil, mais tarde. O sangue está em algum lugar e mais que pelo jornal atualmente vem de todas as partes, pela internet.

O Belchior não tem razão? não vivemos mesmo uma “Divina Comédia Humana”?

Mas, citando outro poeta brasileiro: “É preciso ter raça, é preciso ter fé”. Vamos seguir, "tocando em frente".

Um bom domingo para todos.

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