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O HOMEM QUE MATOU O FACÍNORA FILMES INESQUECÍVEIS 91º

Se você pesquisar na internet a relação dos melhores filmes de western, vai encontrar facilmente em listas diferentes os longas Shane (Os Brutos Também Amam), Rastros de Ódio, No Tempo das Diligências, Três Homens em Conflito, Os Imperdoáveis e O Homem que Matou o Facínora. Este último, que talvez seja menos conhecido do que os outros, foi colocado uma vez por um grupo de críticos respeitáveis no topo das produções de faroeste.

Aliás só vim a assistir esse filmaço de John Ford seis ou sete anos atrás, quando tinha lido sobre ele e o encontrei numa locadora que existia pertinho do Bonanza da Rua XV. Conferi e gostei muito e outro dia encontrei o DVD numa loja da cidade e trouxe para minha coleção de clássicos.

Vi pela segunda vez a semana passada e confesso ter gostado mais do que da primeira. Muitas vezes acontece isso: o filme quando é bom se torna melhor após a primeira exibição, porque você acompanha com o senso crítico mais aguçado, observa mais profundamente os personagens, presta mais atenção nos diálogos e no desenvolvimento psicológico da trama.

John Ford, o diretor do Homem que Matou o Facínora, foi um cineasta que realizou grandes filmes no gênero western e também em outras áreas. No seu currículo temos obras consagradas mundialmente, a exemplo de Rastros de Ódio, Nos Tempos da Diligência, Vinhas da Ira, Como era Verde o meu Vale e Paixão dos Fortes.

Não é à toa que entre tantas obras primas do diretor, alguns elejam O Homem que Matou o Facínora como o melhor faroeste de todos os tempos.

Alguns vão preferir Rastros de Ódio, outros Nos Tempos de Diligência, mas certamente qualquer um que entenda alguma coisa de cinema reconhecerá na produção de 1962 uma bom momento da sétima arte.

A gente pode começar a reconhecer os méritos do filme pelo elenco. John Wayne, um símbolo do caubói norte-americano, tem presença forte no longa, é o mocinho, embora não seja o personagem principal. James Stewart, ator de muitas produções de Alfred Hitchcock, interpreta o falso herói da trama, que tem ainda a boa participação de Lee Marvin, Vera Miles e John Carradine.

No livro “1001 Filmes para se ver antes de morrer” há uma resenha sobre O Homem que Matou o Facínora. O comentário é simpático ao longa, mas fica muito aquém das qualidades do filme. Levanta ainda uma crítica que foi feita quando do lançamento do western, assinalando que John Wayne e James Stewart estavam velhos quando participaram desta produção.

Estavam mesmo um pouquinho maduros, porém isso não compromete em absoluto suas interpretações. E os dois estão muito bem, embora Wayne nunca tenha sido particularmente brilhante. Superava, no entanto, qualquer deficiência dramática com seu jeitão destemido que o transformou num dos ícones do cinema americano e mundial. Quanto a Stewart não precisa nem escrever: tanto é bom num filme quanto Janela Indiscreta, Um Corpo que Cai quanto nesse faroeste de primeira com a mão certa do John Ford.

O Homem que Matou o Facínora presente começa uma a clássica cena da diligência viajando pelas terras do velho oeste. O senador Ranson Stoddard (Rance) chega a Shimbone para o enterro de Tom Doniphon. Um jornalista do lugarejo fica curioso, pois aparentemente ninguém conhecer o personagem que trouxe de volta às suas origens um político tão importante.

O próprio Rance conta então a história, satisfazendo a curiosidade do representante da imprensa.

Advogado recém formado,  Ranson é assaltado e espancado por Liberty Valance, o bandido da história.

Idealista e convencido de que deve agir dentro da lei, Rance bota na cabeça que precisa levar o marginal à cadeia.

Num restaurante da pequena cidade do oeste americano o advogado conhece Hallie e Tom Doniphon. Este é apaixonado pela moça e chega a construir uma casa pensando em se casar com ela.

As coisas vão dar errado para o bonachão do Tom. Hallie termina se apaixonando por Rance o que vai levar o mocinho à decadência. Ele morre pobre e esquecido exatamente porque sua vida perde o sentido quando a moça o troca pelo “almofadinha civilizado”.

Valance é um tipo asqueroso que vive perturbando dos moradores do lugarejo. Ninguém tem coragem de enfrentá-lo, nem o xerife, que não passa de um grande covarde.

Embora sem saber lidar com armas, disposto a usar o que aprendeu na faculdade, Rance aceita o desafio de bater de frente com o bandido. A mocinha fica preocupada e recorre a Tom, que em mais de uma ocasião salva o desajeitado advogado.

Mais na frente o bandido vai ser eliminado e Ranson vira herói, embora Tom Doniphon esteja por trás de tudo. O primeiro casa com Hallie, vira político e se dá bem. Por onde anda é saudado como o homem que matou o facínora.

Aquilo o incomoda, mas não tem como se livrar da fama. Quando tenta revelar a verdade as pessoas não aceitam, preferem continuar com a lenda.

Quando comparece ao enterro de Tom, acompanhado da mulher e conta tudo aos jornalistas, Rance como que pretende expiar seu pecado. O mundo, no entanto, precisa de heróis, e o senador é o herói de um povo. A lenda prevalece.

O Homem que matou o facínora vai muito além de um simples faroeste. Lida com mitos, mostra como a versão muitas vezes se impõe diante da realidade, retrata a transição do tempo da Lei do revólver para a Lei do Papel.

Boa fotografia, bons atores, direção cuidadosa nos mínimos detalhes, roteiro caprichado, diálogos inteligentes e um pouco de psicologia.

O Homem que Matou o Facínora é mesmo a obra de um mestre.

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