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FILMES INESQUECÍVEIS XX

CENTRAL DO BRASIL

Este é o segundo longa nacional a ser incluído na série "Filmes Inesquecíveis". O primeiro, "Cidade de Deus", é mais violento, expõe de maneira mais dura e mais crua a realidade brasileira das grandes cidades, particularmente do Rio de Janeiro. O segundo é mais poético, doce, sensível, numa abordagem realista dos problemas do país, porém abrindo também uma janela para a esperança na redenção do ser humano.

Central do Brasil, dirigido por Walter Salles, foi lançado em 1998 e em pouco tempo conquistou o mundo. No Festival de Cinema de Berlim, na Alemanha, no final da década de 90, recebeu o Prêmio Especial do Júri, o Urso de Prata na categoria de Melhor Atriz (Fernanda Montenegro) e o Urso de Ouro de Melhor Filme. Na França e nos Estados Unidos, em festivais, foi escolhido como Melhor Filme Estrangeiro. Recebeu ainda prêmios na Polônia, em Cuba e no Reino Unido. Concorreu aos Oscar de Melhor Atriz e Melhor Filme Estrangeiro, nos EUA, em 1999, só que mais uma vez ficamos sem a famosa estatueta.

Independente de ganhar ou não o Oscar, Central do Brasil é um filme extraordinário que fez jus ao sucesso de público e de crítica no Brasil e no exterior. É uma das primeiras produções de êxito depois dos terríveis anos Collor, à frente um diretor competente, um bom roteiro e um elenco de primeira:Marília Pera, Othon Bastos, Otávio Augusto, Caio Junqueira, Matheus Nachtergaele, Vinícius Oliveira e a já citada Fernanda Montenegro. O som, a fotografia, a trilha sonora, tudo funciona muito bem, sem repetir velhos defeitos de outras produções nacionais.

Fernanda, que hoje tem mais de 80 anos e atualmente brilha num desses novelões da Globo, no filme interpreta uma professora aposentada, Dora, que vive a escrever cartas para analfabetos na maior estação de trens do Rio de Janeiro, chamada de Central do Brasil. Josué (Vinícius), é um garoto pobre, de apenas oito anos, que sonha em conhecer o pai, no Nordeste brasileiro. Pouco tempo depois que o menino trava contato com a mulher, a mãe deste morre, atropelada na cidade grande.

Dora, que tem o conhecimento, mas não um grande caráter (tanto que engana a sua clientela, deixando de enviar as cartas pelas quais recebe pagamento), a princípio rejeita a ideia de cuidar do garoto, de fazer alguma coisa por ele. O menino, no entanto, possui o que falta à mulher: dignidade, noções de ética. E os dois vão terminar se entendendo, um aprendendo com o outro.

A professora e o pupilo terminam por deixar a metrópole, os seus problemas, barulhos, favelização e pobreza, partindo numa viagem rumo à Bahia e Pernambuco, ao interior do Brasil. Percorrendo caminhos desconhecidos, vivendo situações inesperadas, acabam por se aproximar, criar laços, proporcionando cenas muito tocantes para quem acompanha o desenrolar da trama.

Elogiar Fernanda Montenegro já é lugar comum. Nem precisa. Ela é mesmo a grande dama do teatro, do cinema e da televisão brasileira há muito tempo. Obviamente, num filme de qualidade artística, como Central do Brasil, ela cresce ainda mais como atriz. A surpresa fica por conta do ator Vinícius Oliveira, que deu um show no papel de Josué, contracenando sem que se aperceba nenhum amadorismo dele diante da consagrada artista da teledramaturgia nacional.

Através dos dois personagens citados e de outros menos importantes na história, Central do Brasil mostra a vida nos subúrbios da cidade grande no final do século passado. As precárias condições de vida num país subdesenvolvido, a situação dos migrantes nordestinos no Sudeste Maravilha, o preconceito contra nossa gente, a falta de perspectiva e a saída de alguns ingressando no crime organizado, participando de assaltos ou do tráfico de drogas. A concentração de riquezas, o salário realmente mínimo, a falta de saneamento e o atendimento precário na saúde, tudo isso é mostrado no filme, mesmo que superficialmente. Sobressai, no entanto, a força humana dos personagens, capazes de conquistar os cinéfilos e tornar essa obra de Walter Salles uma das mais inesquecíveis das que já foram produzidas no Brasil.

Perdemos o Oscar, em 99, para A Vida é Bela, um bom filme italiano. Hoje, passada mais de uma década, relembrando os dois, termino por eleger o trabalho brasileiro como de mais qualidade. Acredito que o trabalho do país europeu é mais óbvio, embora aparente tratar da segunda guerra mundial de um ângulo completamente novo. Provavelmente, contudo, a obra de Roberto Benigni teve mais impacto por abordar um tema tão forte, capaz de interessar a Academia de Hollywood muito mais do que os problemas dos subúrbios do Rio ou do Nordeste brasileiro.

Discussões filosóficas ou de fundo histórico à parte, não resta dúvida que Central do Brasil é um dos nossos filmes inesquecíveis.

*A principal fonte de consultas foi o site História Net.

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